PortoCartoon: Utopia com Humor
O tema do PortoCartoon 2016 está em sintonia com o FOLIO 2016.
Em Óbidos, pode ser vista uma seleção com os melhores desenhos do humor internacional sobre Entendimento Mundial/Utopia.
Mesmo que se apele ao entendimento mundial, os lápis do humor deslizam para as crateras do desentendimento, ou seja para a denúncia das contradições do poder, em diferentes instâncias.
O desenho vencedor é muito forte. O sino é bem maior que os barcos do desespero. Por mais que o toquem, a insensibilidade estelar tem sido evidente numa Europa que foge para os paraísos fiscais, insensível aos gritos de humanidade. Thomas More referia há 500 anos, na sua Utopia, que "a desonestidade da ganância de alguns converteu-se em calamidade".
A calamidade não acabou. Pelo contrário, espalhou-se.
O sino, insensível aos desesperos da humanidade, assinala bem os tempos que vivemos hoje.
Uma das exceções mais assinaláveis à linha do 'desentendimento global' é a participação de Plantu (estrela de Le Monde). Clarividente no apelo, ele faz uma homenagem ao entendimento utópico. Com esta particularidade: grita em português “Viva a Utopia”.
Outros artistas, aliás, repegaram na imagem antiga da ilha da utopia para as suas sátiras. Com incisão.
Ninguém pode ficar indiferente a estas mensagens. De arte e riso.
É a excelência do cartoon. Utopia com humor.
Luiz Humberto Marcos,
Diretor do Museu Nacional da Imprensa
O Folio 2016 é Utopia. O Cartaz do Folio uma tela perfeita.
Utopia: o cartaz ideal, imaginário, fantástico.
Há um folha de papel que dobrando-se desenha a letra F, por trás dela o espaço é branco. É o espaço da Utopia.
O João Vilhena e o Afonso Cruz pintaram o mote. A utopia que no Folio nasce do branco. Do meio de nós. Do meio do Folio.
Mas porque é ideal, imaginário e fantástico todos somos(temos) uma. Nunca um evento teve cartazes que fossem todos originais. Três, quatro, dez ou cem cartazes. Os que todos quiserem fazer.
No mundo social a comunidade que ama o Folio tem uma tela de utopia só para ela. Para cada um. Que á a tela matriz da Utopia coletiva. O Folio oferece a tela digital e todos devolvem nela as suas utopias.
Cartazes originais que depois serão expostos em formato A4 cobrindo as paredes de uma sala durante o Folio.
in Folio mais : a sala da Utopia.
Nela todos se podem fotografar durante o FOLIO ao lado da sua utopia. Junto da de todos os outros. E repetir a partilha, ideal, fantástica, imaginária.
JMdiogo
Inserida na programação - UTOPIA - Matemática e Literatura
Tempo pintado, revisitar Ruy Belo
Peças cerâmicas povoam a casa de Ruy Belo. É uma presença que continua a existir junto dos livros de quase todas as divisões da casa. São como figuras que com esses mesmos livros estabelecem um diálogo enigmático, talvez sobre lugares, sobre as mãos que moldaram aquelas personagens e objetos, talvez sobre o conteúdo dos livros, sobre poemas, sobre a vida, sobre o mundo. Outras peças respondem pela sua função imediata, de apoio ao quotidiano da casa. Pratos, canecas, travessas, todos os dias nos transportam em memória para lugares distantes, como se nos seus desenhos sobre fundo branco se configurasse uma geografia imaginária que, inevitavelmente, nos ergue para os universos da palavra, não necessariamente para os poemas ou outras formas, mas para a possibilidade da livre expressão do pensamento.
Os objetos cerâmicos representados nestas fotografias foram adquiridos por Ruy Belo em Óbidos e na sua região.
Duarte Belo
Setembro 2016
ESCRITORES
Uma exposição de Afonso Cruz
Esta é uma exposição de ilustrações de escritores de várias gerações, desde o Renascimento à contemporaneidade, executadas inicialmente para a feira do livro de Bogotá - aquando da participação portuguesa como país convidado -, e representando autores tão diversos como Camões, Vergílio Ferreira ou Raúl Brandão.
Insistindo no vínculo entre leitores e escritores, pretende-se estimular a leitura, o conhecimento e reconhecimento dos escritores lusófonos, dando-lhes forma e protagonismo.
Foi agora transformada num espaço de convívio entre leitores e autores, na esperança de que haja a intimidade de uma sala. Façamos de conta que visitamos a casa de uma tia-avó e que nos sentamos junto ao aparador, bebemos um chá (ou uma ginjinha), conversamos com toda a literatura que nos envolve, com os retratos de pessoas que amamos e que exibimos em molduras velhas, para bem da nossa felicidade e da possibilidade de continuarmos a ser um diálogo, independentemente das limitações espácio-temporais que a física impõe.
A literatura, imanente e transcendente, estará nessa sala, no aparador da tia-avó, chegando a nós com a mesma facilidade com que chega ao cantinho mais remoto do universo. Dois cantinhos que nunca ninguém terá capacidade de varrer.
LÚMEN
Instalação Rui Horta
O espaço como contexto mas, simultaneamente, o texto da obra. O corpo como mediador, lugar da revelação, território entre o transcendental e o concreto. Luz e Video, que convocam a imaterialidade para a experiência do visitante.
LÚMEN é um encontro improvável mas lógico, um convite para investir a Igreja do Espírito Santo e o desafio de deslocar o espaço sacral para o território da arte.
Rui Horta
Retratos de autores,
encontros nos caminhos da vida.
Meus anos de jovem fotógrafo em Paris se passaram da melhor maneira possível, dou-me conta disso ao concentrar minha memória para escrever este texto destinado à imprensa portuguesa informando-a sobre esta exposição de retratos de escritores na Folio 2016 em Óbidos.
Em 1973 comecei minha vida em fotografia. Um começo sem hesitações visto minha vontade de ganhar o que necessitava para sobreviver em Paris, realizando retratos de escritores de meu gosto, autores que eu havia lido em sua maioria, e vendendo as fotografias desses escritores por mim selecionados para editores, revistas literárias e páginas culturais de jornais franceses.
Deu certo, pois durante alguns anos trabalhei muito nesse campo, e o ampliei, pois tive a oportunidade de trabalhar com páginas culturais e editores em Londres. Nunca fui fotojornalista, meu ritmo de trabalho, lento e contemplativo, recusou naturalmente essa profissão, que requer um outro tipo de atitude, de temperamento. Atitude mais metódica, a dos fotojornalistas, mais objetiva.
Meus encontros me formaram, desde a adolescência, meus caminhos foram aqueles do imprevisto. Sem medo.
Algumas das fotografias mostradas aqui em Óbidos, na Folio 2016 são resultado de encomendas ( Iris Murdoch, Marguerite Duras, Roland Barthes).
A grande maioria foram feitas por minha iniciativa. Quase todas foram verdadeiros encontros. Dos autores mostrados aqui em Óbidos, dois foram grandes amigos, Mary McCarthy e Lawrence Durrell. Outros, como Emil Cioran, Julio Cortazar e Carole Dunlop, eram escritores que eu frequentei, eram próximos de mim, eu os via com frequência.
Esta mostra aqui na Folio é a ponta do iceberg.
Durante anos tive o grande prazer de poder ganhar minha vida retratando artistas de quase todos os meios de expressão: escritores, ensaístas, poetas, pintores, escultores, arquitetos, atrizes, atores, fotógrafos, cineastas, músicos.
Dentre alguns desses artistas e criadores:
Francis Bacon, Daniel Barenboim, Orson Welles, Susan Sontag, Alain Resnais, Annie Ernaux, Vieira Da Silva,Michel Leiris, Jorge Amado, Alvaro Siza, Willy Ronis,Carlos Fuentes, Roberto Rossellini, Oscar Niemeyer, André Kertèsz, Dominique Sanda, Jeanne Moreau, Manoel De Oliveira, Pierre Clementi, Klaus Kinski, Jean-Luc Godard, Marceline Loridan, Andy Wharol e tantos outros, durante muitos anos de encontros em fotografia.
Fiz uns poucos livros, catálogos e brochuras de apresentações de minhas diversas exposições, mas com bons autores, que eu admiro: Jorge Amado, Charles Morazé, Cesare De Seta, Lydie Lachenal, Charles Malamud, Pierre Vidal Naquet, Lawrence Durrell, Jacques Lacarrière, Adonis, Alain Jouffroy, Driss Benzekri, Marc Fumaroli, Renzo Piano.
Sem subvenções, em total liberdade, percorri dois terços de minha trajetória realizando minhas fotografias.
Quem sabe, mais do que isso...sem me aproximar de quem não devia. Livre, e espero, coerente nesse percurso.
Minha ultima exposição, anterior à atual em Óbidos, foi em 2014 e 2015 em Paris, no Mois de la Photo, se chamava "Carlos Freire dans la Sicile de Vincenzo Consolo". Mostrada na Galerie Dina Vierny durante seis meses, com minhas fotografias da Sicília e textos do escritor Vincenzo Consolo, grande escritor siciliano, homem integro e lúcido, um caro amigo.
Atualmente trabalho na belíssima cidade do Porto. Com Álvaro Siza, que me honrou em aceitar de realizar um livro comigo.
Feliz e honrado estou também de participar da Folio 2016 aqui em Óbidos mostrando uma pequena parte de minhas fotografias de escritores.
Fotografias feitas com simplicidade, e sem outra pretensão que a de registar um momento preciso da vida desses seres excepcionais que são os escritores, que nos oferecem tanto prazer de leitura com seus talentos.
Carlos Freire, agosto de 2016
Siracusa, Sicília.
(DR: Doris Lessing, Londres 1996 copyright Carlos Freire)
Inauguração da exposição de fotografia Desmargens, sobre o tema da Utopia
Curated by Carlos Coelho
O projeto do Cooked Book não é sobre comida, é sobre sentimentos e emoções comestíveis, que juntou o Vila Joya, a Ivity e as suas deliciosas histórias - cr-EAT-ivity - numa receita única.
Cada prato tem uma história, cada Chef é um escritor, cada "livro cozinhado" é um pedaço da cultura cr-EAT-ive. O "livro cozinhado" é uma experiência visual concebida a partir do coração da cozinha do Vila Joya, para celebrar todos os Chefes do mundo, que escrevem a história da Gastronomia, todos os dias.
Sabor é tudo para o Chefe Koshina e a sua equipa. Sabor visual é tudo para o Chef-Designer Paulo e a sua equipa. Quando um Chef-Designer invade uma cozinha premiada com duas estrelas Michelin, quebra as regras e vai para além dos próprios alimentos - isso é cr-EAT-ivity.
Enquanto cruzam as muitas disciplinas de cr-EAT-ivity, Chef-Designers e Chefs de Cozinha fazem o mesmo, mas de maneiras diferentes. Escrevem histórias, reescrevem as memórias, equilibram sabores e ligam sensações. Cortam, fatiam, fervem, congelam. É brutal, é sensível. É um encontro cr-EAT-ive, que contraria o óbvio para tirar o máximo proveito dos nossos sabores mentais.
Para fazer parte do FOLIO, quisemos criar algo muito especial, nunca visto. Um livro de receitas teria sido fantástico, mas não era novidade. Enquanto pensávamos em livros de receitas e Chefs, em literatura, em livros e palavras, começámos a pensar como iríamos confeccionar esta receita. Depois de uma maravilhosa refeição com a equipa de design da Ivity, percebemos o seguinte: cada prato tem a sua própria história, escrita pelo seu Chef. Assim, todos Chefs no mundo são escritores. As suas palavras são os ingredientes deliciosos que lhes são oferecidos pela natureza, as receitas confeccionadas fazem a história, e o menu é o livro do Chefe, que é escrito principalmente com amor.
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Varanda Pelourinho - Vila Joya Vip Lounge
Pelourinho room - Cooked Book launch talk
Padaria - Cooked Book live experience
Sobre o Filme:
Regia: Antonio Lucifero
Fotografia: Antonio Lucifero
Postproduzione: LuxFero
Con: Roberto Herlitzka
Musiche originali:Antonio Lucifero & Franco Liberati
Prodotto da LuxFero
Selezionato al FIPATEL di Biarritz
FAMAFEST
Bellaria Film Festival
Festival du film de Strasbourg
Festival Internacional de Granada
Inserito nel Morandini, Dizionario Zanichelli dei film del 2006, tra i migliori film del 2004
A ILHA DESCONHECIDA
Espetáculo de teatro, a partir de “ O Conto da Ilha Desconhecida” de José Saramago
Coprodução: Fundação José Saramago | Trigo Limpo teatro ACERT
A Fundação José Saramago em coprodução com o Trigo Limpo teatro ACERT irão estrear no 2º FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos um espetáculo onde se celebra as palavras do Nobel português.
Este espetáculo terá 8 apresentações neste Festival, prosseguindo digressão nacional e internacional nos anos de 2016 e 2017.
Como é que uma ilha poderá ser a utopia que há em cada um de nós?
Como é que a utopia pode ser o desconhecido que se procura pelo prazer da navegação e o desprendimento pela calculista ancoragem?
Imagine-se um pensamento de uma Mulher da Limpeza: “Se não sais de ti, não chegas a saber quem és.”
Imagine-se que um Homem que Queria um Barco sonhou com a Mulher da Limpeza e lhe segredou: “Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar.”
Agora, imagine-se que estamos no lugar deste Homem e desta Mulher que temos diante de nós três portas: a dos obséquios, a das petições e a das decisões. Qual delas seremos tentados a abrir?
No seu conto, José Saramago convida-nos a uma viagem em “que é necessário sair da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não nos saímos de nós”. Habitar teatralmente esta aventura onde a metáfora se espraia na areia das palavras é desafiante. Parabolizar teatral e musicalmente uma narrativa que, sendo complexa, não se pode desligar da singeleza do pensamento que a originou, constitui um desafio artístico aliciante. A palavra teatral e musicada é o roteiro para a construção de personagens oníricas, fantasiosa e poético-amorosas. A música, território de eleição dos intérpretes, pisca o olho sedutor ao argumento, deixando-o fluir encantatoriamente. A cenografia e os figurinos são enxertias de uma só planta.
Esta adaptação teatral do conto de José Saramago são as palavras de um livro que é palco.
Espetáculo criado especialmente para o FOLIO - Festival Literário Internacional de Óbidos para apresentações adaptadas a espaços ao ar-livre.
O Trigo Limpo teatro ACERT, após ter compartilhado com a Fundação José Saramago a maravilhosa aventura de “A Viagem do Elefante” que, desde 2013, continua e continuará a circular junto das comunidades onde ancora, aceitou afectuosamente este convite para partilhar, em co-produção “O Conto da Ilha Desconhecida”.
Ficha Técnica
A ILHA DESCONHECIDA
Coprodução: Fundação José Saramago e Trigo Limpo teatro ACERT
A partir de “ O Conto da Ilha Desconhecida” de José Saramago
Adaptação e encenação: José Rui Martins
Interpretação: Catarina Moura e Luís Pedro Madeira
Música: Luís Pedro Madeira
Cenografia: ZéTavares
Desenho de Luz: Paulo Neto
Figurinos, tapeçaria e adereços: Cláudia Ribeiro | Casa de Figurinos
Adereços: Sofia Silva
Costureira: Marlene Rodrigues
Pesquisa e coordenação literária: Sérgio Letria e Sara Figueiredo
Montagem e operação de luz: Rui Sérgio Henriques
Assistentes de produção: Joana Cavaleiro e Ricardo Viel
Carpintaria de cena: Filipe Simões
Fotografia: Ricardo Chaves
CONCEITO FoliALQ
WINE GARDEN by ALQ
Câmara Municipal de Alenquer
Poderão esperar da nossa parte uma tenda a imitar uma taberna “moderna” e com design de interior interessante, gerida por um parceiro do Município e em estreita relação com os nossos produtores da ROTA DOS VINHOS DE LISBOA. Estaremos disponíveis em todos os dias do eventos, no horário sugerido na nossa reunião, com ligeiros ajustes para um horário mais curto ou mais prolongado a partir dos primeiros dias do eventos e de acordo com a vontade do público e visitantes. Neste espaço estará igualmente a tempo inteiro um ou dois técnicos da autarquia para prestar todas as informações necessárias sobre os vinhos de Alenquer as nossas relações com a literatura. Neste espaço deverá igualmente estar uma pequena livraria com edições do Município de Alenquer para podermos igualmente transformar o espaço num pequeno mas simpático espaço literário e que servirá de fundo a algumas apresentações de obras recém editadas pelo nosso Município sobre o vinho e sobre outros aspetos culturais do nosso concelho.
A ideia base do espaço, para além da taberna no interior da tenda, será a de montar no exterior uma esplanada vínica, que possibilite a todos os visitantes disfrutar do evento na generalidade, retemperando forças neste local com recurso aos vinhos e petiscos que estarão à venda quer ao copo, quer em garrafa.
Temos previsto igualmente fazer alguns pequenos apontamentos musicais com músicos do concelho e de récita de poesia com escritores do concelho, que transformem esta esplanada vínica num local culturalmente ativo e acolhedor.
Por último lançaremos o desafio aos nossos produtores para estarem presentes em cada dia do evento no sentido de poderem fazer algumas apresentações e provas de vinhos. Na certeza de que a sua presença trará a cada vinho um élan especial. Claro que como estaremos em plena época de vindimas e vinificação não podemos nesta fase quantificar a presença destes mas obviamente que alguns terão todo o gosto em estar presentes ou fazerem-se representar por seus colaboradores.
Revista três três – Uma publicação cultural semestral de ensaio, liter atura, crítica e crónicas, mantendo uma componente gráfica forte. Em cada número é lançada uma palavra em torno da qual os diversos participantes se expressam. É essencialmente heterogénea no conteúdo e localizada no propósito: alimentar um espaço de expressão.
A ILHA DESCONHECIDA
Espetáculo de teatro, a partir de “ O Conto da Ilha Desconhecida” de José Saramago
Coprodução: Fundação José Saramago | Trigo Limpo teatro ACERT
A Fundação José Saramago em coprodução com o Trigo Limpo teatro ACERT irão estrear no 2º FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos um espetáculo onde se celebra as palavras do Nobel português.
Este espetáculo terá 8 apresentações neste Festival, prosseguindo digressão nacional e internacional nos anos de 2016 e 2017.
Como é que uma ilha poderá ser a utopia que há em cada um de nós?
Como é que a utopia pode ser o desconhecido que se procura pelo prazer da navegação e o desprendimento pela calculista ancoragem?
Imagine-se um pensamento de uma Mulher da Limpeza: “Se não sais de ti, não chegas a saber quem és.”
Imagine-se que um Homem que Queria um Barco sonhou com a Mulher da Limpeza e lhe segredou: “Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar.”
Agora, imagine-se que estamos no lugar deste Homem e desta Mulher que temos diante de nós três portas: a dos obséquios, a das petições e a das decisões. Qual delas seremos tentados a abrir?
No seu conto, José Saramago convida-nos a uma viagem em “que é necessário sair da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não nos saímos de nós”. Habitar teatralmente esta aventura onde a metáfora se espraia na areia das palavras é desafiante. Parabolizar teatral e musicalmente uma narrativa que, sendo complexa, não se pode desligar da singeleza do pensamento que a originou, constitui um desafio artístico aliciante. A palavra teatral e musicada é o roteiro para a construção de personagens oníricas, fantasiosa e poético-amorosas. A música, território de eleição dos intérpretes, pisca o olho sedutor ao argumento, deixando-o fluir encantatoriamente. A cenografia e os figurinos são enxertias de uma só planta.
Esta adaptação teatral do conto de José Saramago são as palavras de um livro que é palco.
Espetáculo criado especialmente para o FOLIO - Festival Literário Internacional de Óbidos para apresentações adaptadas a espaços ao ar-livre.
O Trigo Limpo teatro ACERT, após ter compartilhado com a Fundação José Saramago a maravilhosa aventura de “A Viagem do Elefante” que, desde 2013, continua e continuará a circular junto das comunidades onde ancora, aceitou afectuosamente este convite para partilhar, em co-produção “O Conto da Ilha Desconhecida”.
Ficha Técnica
A ILHA DESCONHECIDA
Coprodução: Fundação José Saramago e Trigo Limpo teatro ACERT
A partir de “ O Conto da Ilha Desconhecida” de José Saramago
Adaptação e encenação: José Rui Martins
Interpretação: Catarina Moura e Luís Pedro Madeira
Música: Luís Pedro Madeira
Cenografia: ZéTavares
Desenho de Luz: Paulo Neto
Figurinos, tapeçaria e adereços: Cláudia Ribeiro | Casa de Figurinos
Adereços: Sofia Silva
Costureira: Marlene Rodrigues
Pesquisa e coordenação literária: Sérgio Letria e Sara Figueiredo
Montagem e operação de luz: Rui Sérgio Henriques
Assistentes de produção: Joana Cavaleiro e Ricardo Viel
Carpintaria de cena: Filipe Simões
Fotografia: Ricardo Chaves
Utopia e profetismo em Fernando Pessoa
Procura-se mostrar a importância da “utopia” no pensamento de Fernando Pessoa, do ponto de vista das articulações dos diferentes planos da sua obra – pois esta noção atravessa-a por inteiro. A partir dos artigos d’ A Águia (1912), analisam-se os elementos embrionários do pensamento profético , do messianismo sebástico e da ideia de Quinto Império. Confronto entre razão e “inteligência analógica”. Que falta, então, para que a profecia do Quinto Império se constitua plenamente? Análise da crise de 1915 (cartas a Sá-Carneiro e a Cortes Rodrigues), essencial para a resolução do conflito entre neo-paganismo e teosofia/hermetismo. Características do Quinto Império: utopia, profetismo e “nacionalismo mystico”. As duas faces do pensamento profético, heteronímia e transcendência da verdade. Solução? – a metafísica do Mysterio, como plano geral do pensamento pessoano.
HORA DO CONTO
Os actores e contadores de histórias Daniel Martinho e Miguel Sermão juntam-se para contar as estórias que criam e as estórias que ouviram os seus mais velhos contar. Dão vida a duas personagens que não se conhecem, e que acidentalmente se cruzam no mesmo lugar. Encontram-se, confrontam-se, e através dos contos dão-se a conhecer...
O Teatro GRIOT é uma companhia de actores, na sua maioria negros, que se dedica à exploração de temáticas relevantes para a construção e problematização da emergente identidade afro-europeia contemporânea e do seu reflexo no discurso e na estética teatral Grupo de teatro Griot
Pela segunda vez, a PIM! Mostra de Ilustração Para Imaginar o Mundo invade e transforma a Vila de Óbidos num “Lugar Comum” a todos os criadores, ilustradores, autores e fantasistas.
O FOLIO ILUSTRA é definitivamente o lugar das narrativas extraordinárias, dos encontros alegres, da educação do olhar, da ilusão, da relação e da ousadia que desafia os sentidos.
Utopia, Festa, Encontro, Cor, Invenção, Fantasia, Alegria, são as palavras que servem de inspiração para um encontro de linguagens, traços, vozes ilustradas que se farão ouvir, ver e sentir.
A utopia da leitura apresenta-se através da cor, do livro, do encanto, homenageando todos os criadores de utopias que leem o mundo e se deixam desafiar pelo objeto livro em todas as suas dimensões tendo convidada especial a ilustradora e autora Jutta Bauer.
André da Loba, Catarina Sobral, Guridi, Anna Laura Cantone, André Neves, Helena Zália, Fernanda Fragateiro, Ana Seixas, Marta Torrão, Rachel Caiano, Paul Hardman, Paulo Galindro, Bernardo Carvalho, Yara Kono, Teresa Cortêz, Ana Biscaia, Susa Monteiro, Margarida Botelho, Natalina Cóias, Marina Palácio, João Fazenda são alguns dos nomes que farão parte do coletivo impar de de ilustradores.
Curadoria e projecto de Mafalda Milhões com textos de Afonso Cruz.
20 Oliveiras, amaciar o lugar
No inicio eram 20 Oliveiras…
Onde há azeitona, existe azeite. Estar com os azeites resolve-se amaciando.
Se azeite é luz, coisas com azeite, temperos e mezinhas podem acontecer. Trabalho, tradição, criatividade e amor, são apreço pela terra.
São 20 Oliveiras nascidas de Óbidos para o Mundo.
O evento celebra o lançamento de 20 Oliveiras, o primeiro Azeite da Terra, essência nobre do lugar.
Dentro deste livro, moram temperos quentes e macios, deleite para mentes inquietas e palatos dificeis. Através da palavra, vamos dar Título aos Azeiteiros da Terra e contar uma aventura onde a Azeitona é Rainha, o Azeite Rei, o Olival cenário, o lugar inspiração, a Oliveira Mãe, o livro Corpo e a literatura veículo.
20 Oliveiras é fruto de Hugo Agostinho e Norberto Figueira, os Azeiteiros da terra, homens da comunidade e do trabalho.
Colaborado e pensado em muitas cabeças, este produto é formula e resultado da estratégia territorial a que nos propomos dar voz e ativar as nossas gentes, a nossa terra.
Realizado no Espaço Ó - Espaço de Ativação Comunitária e com o apoio do Município de Óbidos.
UTOPIA – Matemática e Literatura Debate com Ana Paula Guimarães (IELT - Universidade Nova de Lisboa) e Pedro Freitas (Universidade de Lisboa) Tema: Fragmentos matemáticos na literatura tradicional
A ILHA DESCONHECIDA
Espetáculo de teatro, a partir de “ O Conto da Ilha Desconhecida” de José Saramago
Coprodução: Fundação José Saramago | Trigo Limpo teatro ACERT
A Fundação José Saramago em coprodução com o Trigo Limpo teatro ACERT irão estrear no 2º FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos um espetáculo onde se celebra as palavras do Nobel português.
Este espetáculo terá 8 apresentações neste Festival, prosseguindo digressão nacional e internacional nos anos de 2016 e 2017.
Como é que uma ilha poderá ser a utopia que há em cada um de nós?
Como é que a utopia pode ser o desconhecido que se procura pelo prazer da navegação e o desprendimento pela calculista ancoragem?
Imagine-se um pensamento de uma Mulher da Limpeza: “Se não sais de ti, não chegas a saber quem és.”
Imagine-se que um Homem que Queria um Barco sonhou com a Mulher da Limpeza e lhe segredou: “Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar.”
Agora, imagine-se que estamos no lugar deste Homem e desta Mulher que temos diante de nós três portas: a dos obséquios, a das petições e a das decisões. Qual delas seremos tentados a abrir?
No seu conto, José Saramago convida-nos a uma viagem em “que é necessário sair da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não nos saímos de nós”. Habitar teatralmente esta aventura onde a metáfora se espraia na areia das palavras é desafiante. Parabolizar teatral e musicalmente uma narrativa que, sendo complexa, não se pode desligar da singeleza do pensamento que a originou, constitui um desafio artístico aliciante. A palavra teatral e musicada é o roteiro para a construção de personagens oníricas, fantasiosa e poético-amorosas. A música, território de eleição dos intérpretes, pisca o olho sedutor ao argumento, deixando-o fluir encantatoriamente. A cenografia e os figurinos são enxertias de uma só planta.
Esta adaptação teatral do conto de José Saramago são as palavras de um livro que é palco.
Espetáculo criado especialmente para o FOLIO - Festival Literário Internacional de Óbidos para apresentações adaptadas a espaços ao ar-livre.
O Trigo Limpo teatro ACERT, após ter compartilhado com a Fundação José Saramago a maravilhosa aventura de “A Viagem do Elefante” que, desde 2013, continua e continuará a circular junto das comunidades onde ancora, aceitou afectuosamente este convite para partilhar, em co-produção “O Conto da Ilha Desconhecida”.
Ficha Técnica
A ILHA DESCONHECIDA
Coprodução: Fundação José Saramago e Trigo Limpo teatro ACERT
A partir de “ O Conto da Ilha Desconhecida” de José Saramago
Adaptação e encenação: José Rui Martins
Interpretação: Catarina Moura e Luís Pedro Madeira
Música: Luís Pedro Madeira
Cenografia: ZéTavares
Desenho de Luz: Paulo Neto
Figurinos, tapeçaria e adereços: Cláudia Ribeiro | Casa de Figurinos
Adereços: Sofia Silva
Costureira: Marlene Rodrigues
Pesquisa e coordenação literária: Sérgio Letria e Sara Figueiredo
Montagem e operação de luz: Rui Sérgio Henriques
Assistentes de produção: Joana Cavaleiro e Ricardo Viel
Carpintaria de cena: Filipe Simões
Fotografia: Ricardo Chaves
Os Editores Propõem - Apresentação do Livro – “Estranha guerra de uso comum” de Paulo Faria (Editora Ítaca) – Apresentação Margarida Vale de Gato
O Conto de Flaubert “A lenda de São Julião, o hospitaleiro” e o livro único de Amadeo
Em Abril de 1877, Gustave Flaubert publicou um pequeno volume intitulado Três Contos, em rigor, a sua última obra acabada. O segundo conto chama-se “A lenda de São Julião, o hospitaleiro”. Foi o primeiro a ser escrito, e numa celeridade inhabitual, entre Setembro de1875 e Fevereiro de 1876. É provável que isso se deva à familiaridade longuíssima e intensa que ele teve com a história do santo: “Esta é a história de São Julião Hospitaleiro, mais ou menos como é contada num vitral de igreja, na minha terra”. Nestas palavras finais do conto Flaubert convida o leitor a uma investigação hermenêutica.
Executadas durante a sua estadia na Bretanha no Verão de 1912 (muito provavelmente concluídas em Paris), ano de uma fertilidade imensa para o pintor, a cópia integral a pincel e a ilustração de Amadeo Souza-Cardoso correspondem àquele desafio, ao mesmo tempo que escapam à condenação que Flaubert fazia de qualquer propósito ilustrativo da sua obra e, em particular, deste conto.
Neste contexto, trata-se precisamente de considerar as subtis e secretas interferências que se soltam das palavras copiadas a pincel, dos desenhos e das pinturas, que compõem o “exemplar-único original” de Amadeo, procurando a sua decifração. Eis o que se fará.
Tempo pintado, revisitar Ruy Belo
Peças cerâmicas povoam a casa de Ruy Belo. É uma presença que continua a existir junto dos livros de quase todas as divisões da casa. São como figuras que com esses mesmos livros estabelecem um diálogo enigmático, talvez sobre lugares, sobre as mãos que moldaram aquelas personagens e objetos, talvez sobre o conteúdo dos livros, sobre poemas, sobre a vida, sobre o mundo. Outras peças respondem pela sua função imediata, de apoio ao quotidiano da casa. Pratos, canecas, travessas, todos os dias nos transportam em memória para lugares distantes, como se nos seus desenhos sobre fundo branco se configurasse uma geografia imaginária que, inevitavelmente, nos ergue para os universos da palavra, não necessariamente para os poemas ou outras formas, mas para a possibilidade da livre expressão do pensamento.
Os objetos cerâmicos representados nestas fotografias foram adquiridos por Ruy Belo em Óbidos e na sua região.
Duarte Belo
Setembro 2016
ESCRITORES
Uma exposição de Afonso Cruz
Esta é uma exposição de ilustrações de escritores de várias gerações, desde o Renascimento à contemporaneidade, executadas inicialmente para a feira do livro de Bogotá - aquando da participação portuguesa como país convidado -, e representando autores tão diversos como Camões, Vergílio Ferreira ou Raúl Brandão.
Insistindo no vínculo entre leitores e escritores, pretende-se estimular a leitura, o conhecimento e reconhecimento dos escritores lusófonos, dando-lhes forma e protagonismo.
Foi agora transformada num espaço de convívio entre leitores e autores, na esperança de que haja a intimidade de uma sala. Façamos de conta que visitamos a casa de uma tia-avó e que nos sentamos junto ao aparador, bebemos um chá (ou uma ginjinha), conversamos com toda a literatura que nos envolve, com os retratos de pessoas que amamos e que exibimos em molduras velhas, para bem da nossa felicidade e da possibilidade de continuarmos a ser um diálogo, independentemente das limitações espácio-temporais que a física impõe.
A literatura, imanente e transcendente, estará nessa sala, no aparador da tia-avó, chegando a nós com a mesma facilidade com que chega ao cantinho mais remoto do universo. Dois cantinhos que nunca ninguém terá capacidade de varrer.
Retratos de autores,
encontros nos caminhos da vida.
Meus anos de jovem fotógrafo em Paris se passaram da melhor maneira possível, dou-me conta disso ao concentrar minha memória para escrever este texto destinado à imprensa portuguesa informando-a sobre esta exposição de retratos de escritores na Folio 2016 em Óbidos.
Em 1973 comecei minha vida em fotografia. Um começo sem hesitações visto minha vontade de ganhar o que necessitava para sobreviver em Paris, realizando retratos de escritores de meu gosto, autores que eu havia lido em sua maioria, e vendendo as fotografias desses escritores por mim selecionados para editores, revistas literárias e páginas culturais de jornais franceses.
Deu certo, pois durante alguns anos trabalhei muito nesse campo, e o ampliei, pois tive a oportunidade de trabalhar com páginas culturais e editores em Londres. Nunca fui fotojornalista, meu ritmo de trabalho, lento e contemplativo, recusou naturalmente essa profissão, que requer um outro tipo de atitude, de temperamento. Atitude mais metódica, a dos fotojornalistas, mais objetiva.
Meus encontros me formaram, desde a adolescência, meus caminhos foram aqueles do imprevisto. Sem medo.
Algumas das fotografias mostradas aqui em Óbidos, na Folio 2016 são resultado de encomendas ( Iris Murdoch, Marguerite Duras, Roland Barthes).
A grande maioria foram feitas por minha iniciativa. Quase todas foram verdadeiros encontros. Dos autores mostrados aqui em Óbidos, dois foram grandes amigos, Mary McCarthy e Lawrence Durrell. Outros, como Emil Cioran, Julio Cortazar e Carole Dunlop, eram escritores que eu frequentei, eram próximos de mim, eu os via com frequência.
Esta mostra aqui na Folio é a ponta do iceberg.
Durante anos tive o grande prazer de poder ganhar minha vida retratando artistas de quase todos os meios de expressão: escritores, ensaístas, poetas, pintores, escultores, arquitetos, atrizes, atores, fotógrafos, cineastas, músicos.
Dentre alguns desses artistas e criadores:
Francis Bacon, Daniel Barenboim, Orson Welles, Susan Sontag, Alain Resnais, Annie Ernaux, Vieira Da Silva,Michel Leiris, Jorge Amado, Alvaro Siza, Willy Ronis,Carlos Fuentes, Roberto Rossellini, Oscar Niemeyer, André Kertèsz, Dominique Sanda, Jeanne Moreau, Manoel De Oliveira, Pierre Clementi, Klaus Kinski, Jean-Luc Godard, Marceline Loridan, Andy Wharol e tantos outros, durante muitos anos de encontros em fotografia.
Fiz uns poucos livros, catálogos e brochuras de apresentações de minhas diversas exposições, mas com bons autores, que eu admiro: Jorge Amado, Charles Morazé, Cesare De Seta, Lydie Lachenal, Charles Malamud, Pierre Vidal Naquet, Lawrence Durrell, Jacques Lacarrière, Adonis, Alain Jouffroy, Driss Benzekri, Marc Fumaroli, Renzo Piano.
Sem subvenções, em total liberdade, percorri dois terços de minha trajetória realizando minhas fotografias.
Quem sabe, mais do que isso...sem me aproximar de quem não devia. Livre, e espero, coerente nesse percurso.
Minha ultima exposição, anterior à atual em Óbidos, foi em 2014 e 2015 em Paris, no Mois de la Photo, se chamava "Carlos Freire dans la Sicile de Vincenzo Consolo". Mostrada na Galerie Dina Vierny durante seis meses, com minhas fotografias da Sicília e textos do escritor Vincenzo Consolo, grande escritor siciliano, homem integro e lúcido, um caro amigo.
Atualmente trabalho na belíssima cidade do Porto. Com Álvaro Siza, que me honrou em aceitar de realizar um livro comigo.
Feliz e honrado estou também de participar da Folio 2016 aqui em Óbidos mostrando uma pequena parte de minhas fotografias de escritores.
Fotografias feitas com simplicidade, e sem outra pretensão que a de registar um momento preciso da vida desses seres excepcionais que são os escritores, que nos oferecem tanto prazer de leitura com seus talentos.
Carlos Freire, agosto de 2016
Siracusa, Sicília.
(DR: Doris Lessing, Londres 1996 copyright Carlos Freire)
LÚMEN
Instalação Rui Horta
O espaço como contexto mas, simultaneamente, o texto da obra. O corpo como mediador, lugar da revelação, território entre o transcendental e o concreto. Luz e Video, que convocam a imaterialidade para a experiência do visitante.
LÚMEN é um encontro improvável mas lógico, um convite para investir a Igreja do Espírito Santo e o desafio de deslocar o espaço sacral para o território da arte.
Rui Horta
Inauguração da exposição de fotografia Desmargens, sobre o tema da Utopia
PortoCartoon: Utopia com Humor
O tema do PortoCartoon 2016 está em sintonia com o FOLIO 2016.
Em Óbidos, pode ser vista uma seleção com os melhores desenhos do humor internacional sobre Entendimento Mundial/Utopia.
Mesmo que se apele ao entendimento mundial, os lápis do humor deslizam para as crateras do desentendimento, ou seja para a denúncia das contradições do poder, em diferentes instâncias.
O desenho vencedor é muito forte. O sino é bem maior que os barcos do desespero. Por mais que o toquem, a insensibilidade estelar tem sido evidente numa Europa que foge para os paraísos fiscais, insensível aos gritos de humanidade. Thomas More referia há 500 anos, na sua Utopia, que "a desonestidade da ganância de alguns converteu-se em calamidade".
A calamidade não acabou. Pelo contrário, espalhou-se.
O sino, insensível aos desesperos da humanidade, assinala bem os tempos que vivemos hoje.
Uma das exceções mais assinaláveis à linha do 'desentendimento global' é a participação de Plantu (estrela de Le Monde). Clarividente no apelo, ele faz uma homenagem ao entendimento utópico. Com esta particularidade: grita em português “Viva a Utopia”.
Outros artistas, aliás, repegaram na imagem antiga da ilha da utopia para as suas sátiras. Com incisão.
Ninguém pode ficar indiferente a estas mensagens. De arte e riso.
É a excelência do cartoon. Utopia com humor.
Luiz Humberto Marcos,
Diretor do Museu Nacional da Imprensa
O Folio 2016 é Utopia. O Cartaz do Folio uma tela perfeita.
Utopia: o cartaz ideal, imaginário, fantástico.
Há um folha de papel que dobrando-se desenha a letra F, por trás dela o espaço é branco. É o espaço da Utopia.
O João Vilhena e o Afonso Cruz pintaram o mote. A utopia que no Folio nasce do branco. Do meio de nós. Do meio do Folio.
Mas porque é ideal, imaginário e fantástico todos somos(temos) uma. Nunca um evento teve cartazes que fossem todos originais. Três, quatro, dez ou cem cartazes. Os que todos quiserem fazer.
No mundo social a comunidade que ama o Folio tem uma tela de utopia só para ela. Para cada um. Que á a tela matriz da Utopia coletiva. O Folio oferece a tela digital e todos devolvem nela as suas utopias.
Cartazes originais que depois serão expostos em formato A4 cobrindo as paredes de uma sala durante o Folio.
in Folio mais : a sala da Utopia.
Nela todos se podem fotografar durante o FOLIO ao lado da sua utopia. Junto da de todos os outros. E repetir a partilha, ideal, fantástica, imaginária.
JMdiogo
Inserida na programação - UTOPIA - Matemática e Literatura
CONCEITO FoliALQ
WINE GARDEN by ALQ
Câmara Municipal de Alenquer
Poderão esperar da nossa parte uma tenda a imitar uma taberna “moderna” e com design de interior interessante, gerida por um parceiro do Município e em estreita relação com os nossos produtores da ROTA DOS VINHOS DE LISBOA. Estaremos disponíveis em todos os dias do eventos, no horário sugerido na nossa reunião, com ligeiros ajustes para um horário mais curto ou mais prolongado a partir dos primeiros dias do eventos e de acordo com a vontade do público e visitantes. Neste espaço estará igualmente a tempo inteiro um ou dois técnicos da autarquia para prestar todas as informações necessárias sobre os vinhos de Alenquer as nossas relações com a literatura. Neste espaço deverá igualmente estar uma pequena livraria com edições do Município de Alenquer para podermos igualmente transformar o espaço num pequeno mas simpático espaço literário e que servirá de fundo a algumas apresentações de obras recém editadas pelo nosso Município sobre o vinho e sobre outros aspetos culturais do nosso concelho.
A ideia base do espaço, para além da taberna no interior da tenda, será a de montar no exterior uma esplanada vínica, que possibilite a todos os visitantes disfrutar do evento na generalidade, retemperando forças neste local com recurso aos vinhos e petiscos que estarão à venda quer ao copo, quer em garrafa.
Temos previsto igualmente fazer alguns pequenos apontamentos musicais com músicos do concelho e de récita de poesia com escritores do concelho, que transformem esta esplanada vínica num local culturalmente ativo e acolhedor.
Por último lançaremos o desafio aos nossos produtores para estarem presentes em cada dia do evento no sentido de poderem fazer algumas apresentações e provas de vinhos. Na certeza de que a sua presença trará a cada vinho um élan especial. Claro que como estaremos em plena época de vindimas e vinificação não podemos nesta fase quantificar a presença destes mas obviamente que alguns terão todo o gosto em estar presentes ou fazerem-se representar por seus colaboradores.
“A HISTÓRIA DA CAROCHINHA”
Veto Teatro Oficina
Com A “História da Carochinha”, o Veto Teatro Oficina, recria o conto tradicional apresentando-o numa versão suportada pelo recurso a marionetas, apenas com o apoio da música feita no momento.
O bonecreiro mostra os bonecos, despidos de efeitos surpresa, narrando ele próprio a história enquanto elemento vivo do espetáculo.
A magia está presente no diálogo que se estabelece com o público e no jogo entre o que se mostra e o que se esconde.
Contadores: Nuno Domingos; Paulo Domingos e Francisco Selqueira
O projeto do Cooked Book não é sobre comida, é sobre sentimentos e emoções comestíveis, que juntou o Vila Joya, a Ivity e as suas deliciosas histórias - cr-EAT-ivity - numa receita única.
Cada prato tem uma história, cada Chef é um escritor, cada "livro cozinhado" é um pedaço da cultura cr-EAT-ive. O "livro cozinhado" é uma experiência visual concebida a partir do coração da cozinha do Vila Joya, para celebrar todos os Chefes do mundo, que escrevem a história da Gastronomia, todos os dias.
Sabor é tudo para o Chefe Koshina e a sua equipa. Sabor visual é tudo para o Chef-Designer Paulo e a sua equipa. Quando um Chef-Designer invade uma cozinha premiada com duas estrelas Michelin, quebra as regras e vai para além dos próprios alimentos - isso é cr-EAT-ivity.
Enquanto cruzam as muitas disciplinas de cr-EAT-ivity, Chef-Designers e Chefs de Cozinha fazem o mesmo, mas de maneiras diferentes. Escrevem histórias, reescrevem as memórias, equilibram sabores e ligam sensações. Cortam, fatiam, fervem, congelam. É brutal, é sensível. É um encontro cr-EAT-ive, que contraria o óbvio para tirar o máximo proveito dos nossos sabores mentais.
Para fazer parte do FOLIO, quisemos criar algo muito especial, nunca visto. Um livro de receitas teria sido fantástico, mas não era novidade. Enquanto pensávamos em livros de receitas e Chefs, em literatura, em livros e palavras, começámos a pensar como iríamos confeccionar esta receita. Depois de uma maravilhosa refeição com a equipa de design da Ivity, percebemos o seguinte: cada prato tem a sua própria história, escrita pelo seu Chef. Assim, todos Chefs no mundo são escritores. As suas palavras são os ingredientes deliciosos que lhes são oferecidos pela natureza, as receitas confeccionadas fazem a história, e o menu é o livro do Chefe, que é escrito principalmente com amor.
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Varanda Pelourinho - Vila Joya Vip Lounge
Pelourinho room - Cooked Book launch talk
Padaria - Cooked Book live experience
Tomando como ponto de partida a apresentação do Álbum Ilustrado A Rainha das Cores lançado recentemente pela editora O Bichinho de Conto, Jutta Bauer e Pia Krämer dão voz e sentido a um encontro entre a cor e a utopia da narrativa de imagem.
“O PESCADOR E A SEREIA”
Esta é uma história construída a partir de diversas histórias do imaginário popular. O ato de contar é partilhado com o público que assume os diversos personagens tornando-se interprete e cúmplice na ação.
A amizade e o amor mesmo quando impossível são os ingredientes de uma trama que relaciona mar e terra, pobreza e riqueza, sonho e fantasia.
Contador: António Júlio Santos
VETO Teatro Oficina
Nascido em 1969, é herdeiro de uma tradição de teatro em Santarém, tendo até 1973, se dedicado ao trabalho para crianças. É neste ano que, já com o nome de Veto Teatro Oficina, que estreou um espetáculo de grande ousadia política, dirigido e representado por Gomes Vidal, Carlos Oliveira, Maria João, Hélder Santos, Nuno Domingos, José Ramos e António Batalha.
As produções do Veto já foram apresentadas nos Estados Unidos, Republica Checa, Inglaterra, França, Finlândia, Espanha e Brasil. Em Portugal, percorreram todo o continente e ilhas, num total de mais de 250 teatros em todo o paísUTOPIA – Matemática e Literatura: Debate com Carlota Simões (Universidade de Coimbra) e Carlos Pereira dos Santos
Tema: matemática e literatura do renascimento
TRÊS EXEMPLOS DAS NOVELAS EXEMPLARES
de Miguel de Cervantes
Tradução de Aquilino Ribeiro
Leituras pelos ARTISTAS UNIDOS
16.30 RINCONETE E CORTADILLO por Jorge Silva Melo
18.00 COLÓQUIO DE CÃES (excertos) por Américo Silva, André Pardal, António Simão, João Meireles, Jorge Silva Melo, Pedro Carraca e Tiago Matias
19.00 UM VELHO DE ZELOS por Américo Silva, André Pardal, António Simão, João Meireles, Jorge Silva Melo, Pedro Carraca e Tiago Matias
Ladrões, pulhas, pelintras, fraldiqueiros, fidalgos sem cheta, vadios, guitarristas, mendigos, malfeitores, gente reles, aventureiros, trapaceiros, enganadores e enganados, presumidos, e velhos ciumentos – e também cães! – atropelam-se pelas ruas sujas de Sevilha nestas doze novelas morais (mas qual moral?) que Miguel de Cervantes foi escrevendo entre 1590 e 1612, à maneira “italiana”.
A isto se aplicou meu engenho, por aqui me leva minha inclinação, e mais que dou a entender, e é assim, que sou o primeiro que novelei em língua castelhana, que as muitas novelas que nela andam impressas, todas são traduzidas de línguas estrangeiras, e estas são minhas próprias, não imitadas nem furtadas; meu génio as engendrou, e pariu-as minha pena, e vão crescendo aos braços da imprensa.
Miguel de Cervantes
Sim, Cervantes experimentou muito.
Escreveu teatro, comédias, entremeses e tragédias, poesias, sempre atento às mudanças que a literatura ia conquistando: se há autor que poderíamos para sempre considerar experimental, é D. Miguel, imparável. E escreveu o Quijote.
Com as Novelas Exemplares, queria apresentar uma espécie de narrativa ligeira, concentrada no efeito e na velocidade. E queria responder à moda das novelas italianas que infestavam Espanha. Estava seguro do valor da obra e consciente da qualidade do próprio trabalho. O “exemplares” do título tanto pode indicar que as novelas suscitam lições de moral, como também pode ser uma forma nada discreta de anunciar que outros escritores podem usar o seu estilo como exemplo.
Depois de ter feito a sua esplendida tradução do Quixote, o romancista Aquilino Ribeiro (1885/1963) traduziu em 1958 as Novelas Exemplares, tradução agora reeditada pela Bertrand.
Quem sofre de um certo tipo de sinestesia vê cores quando ouve som. Uma cor diferente por cada nota. E, de facto, som e cor são ambos tipos de vibração de lados opostos de um vasto espectro que compreende a nossa realidade física e talvez também a nossa realidade espiritual.
A Utopia Cromática leva-nos a um lugar de encontro entre som e cor, uma ilha improvável onde um piano é testemunho um diálogo vibratório e dinâmico entre teclas e pinceis, entre timbre e pigmentos e entre ritmo e movimento. Esta conversa sobre tensão, intenção, intensidade, assistido e afagado pelas 6 mãos de Fernando Santos (piano), Paulo Galindro (pincel soprano) e Marc Parchow (trincha tenor). Ao som de uma polifonia cromática desenvolve-se um improviso estudado que lentamente cria o elo entre a cor que vemos e o som que ouvimos.
Esperamos que deste efémero encontro simbiótico brota em torno do transformado Utopiano um público decerto capaz de ver a música e de ouvir as cores.
TRÊS EXEMPLOS DAS NOVELAS EXEMPLARES
de Miguel de Cervantes
Tradução de Aquilino Ribeiro
Leituras pelos ARTISTAS UNIDOS
16.30 RINCONETE E CORTADILLO por Jorge Silva Melo
18.00 COLÓQUIO DE CÃES (excertos) por Américo Silva, André Pardal, António Simão, João Meireles, Jorge Silva Melo, Pedro Carraca e Tiago Matias
19.00 UM VELHO DE ZELOS por Américo Silva, André Pardal, António Simão, João Meireles, Jorge Silva Melo, Pedro Carraca e Tiago Matias
Ladrões, pulhas, pelintras, fraldiqueiros, fidalgos sem cheta, vadios, guitarristas, mendigos, malfeitores, gente reles, aventureiros, trapaceiros, enganadores e enganados, presumidos, e velhos ciumentos – e também cães! – atropelam-se pelas ruas sujas de Sevilha nestas doze novelas morais (mas qual moral?) que Miguel de Cervantes foi escrevendo entre 1590 e 1612, à maneira “italiana”.
A isto se aplicou meu engenho, por aqui me leva minha inclinação, e mais que dou a entender, e é assim, que sou o primeiro que novelei em língua castelhana, que as muitas novelas que nela andam impressas, todas são traduzidas de línguas estrangeiras, e estas são minhas próprias, não imitadas nem furtadas; meu génio as engendrou, e pariu-as minha pena, e vão crescendo aos braços da imprensa.
Miguel de Cervantes
Sim, Cervantes experimentou muito.
Escreveu teatro, comédias, entremeses e tragédias, poesias, sempre atento às mudanças que a literatura ia conquistando: se há autor que poderíamos para sempre considerar experimental, é D. Miguel, imparável. E escreveu o Quijote.
Com as Novelas Exemplares, queria apresentar uma espécie de narrativa ligeira, concentrada no efeito e na velocidade. E queria responder à moda das novelas italianas que infestavam Espanha. Estava seguro do valor da obra e consciente da qualidade do próprio trabalho. O “exemplares” do título tanto pode indicar que as novelas suscitam lições de moral, como também pode ser uma forma nada discreta de anunciar que outros escritores podem usar o seu estilo como exemplo.
Depois de ter feito a sua esplendida tradução do Quixote, o romancista Aquilino Ribeiro (1885/1963) traduziu em 1958 as Novelas Exemplares, tradução agora reeditada pela Bertrand.
Há mais de um século que a visão evolucionista da sociedade nos disse que as religiões tenderiam para o desaparecimento; As sociedades mais evoluídas deixariam, mesmo, a prática religiosa, imagem de uma maturidade mais elevada que superaria totalmente a superstição.
Contudo, o apelo do factor religioso não deixou de ter ecos na nossa sociedade, onde nas últimas dezenas de anos vemos um “regresso do sagrado”, quer através das formas religiosas mais tradicionais, quer através de formas vindas de outras culturas e geografias.
Na frase que pela tradição bíblica Moisés nos lança como mote para este debate, vemos ecoar a origem das religiões monoteístas do Mediterrâneo: Abraão. Migrante, fugitivo ou refugiado, aquele que é o Profeta comum a Judeus, Cristãos e Muçulmanos lança o apelo da busca, da procura, da satisfação, não apenas na relação com o divino, mas também com a melhoria das condições de vida, a procura de alimento, de paz e de dignidade.
Através de códigos, como o Decálogo, ou de interditos alimentares e sociais, ou mesmo, através de regras para o funcionamento da finança, na sua origem, vemos as Religiões Abraâmicas como espaço de justiça social, de desenvolvimento e de afirmação de direitos.
Mas, regressados da História aos dias de hoje, onde reside a centelha de Utopia no desafio religioso? Como podem ser as religiões um espaço mental de busca do que nunca se encontrará mas não se deixa de buscar?
Entre o conservadorismo de instituições e de grupos que recusam a mudança, ou como motor transformador e criativo, onde colocamos hoje o pensamento e a prática religiosa, depois de tanta bibliografia já se produzido afirmando os dois opostos e tantas mais variantes a essa visão extremada entre o positivo e o negativo?
TRÊS EXEMPLOS DAS NOVELAS EXEMPLARES
de Miguel de Cervantes
Tradução de Aquilino Ribeiro
Leituras pelos ARTISTAS UNIDOS
16.30 RINCONETE E CORTADILLO por Jorge Silva Melo
18.00 COLÓQUIO DE CÃES (excertos) por Américo Silva, André Pardal, António Simão, João Meireles, Jorge Silva Melo, Pedro Carraca e Tiago Matias
19.00 UM VELHO DE ZELOS por Américo Silva, André Pardal, António Simão, João Meireles, Jorge Silva Melo, Pedro Carraca e Tiago Matias
Ladrões, pulhas, pelintras, fraldiqueiros, fidalgos sem cheta, vadios, guitarristas, mendigos, malfeitores, gente reles, aventureiros, trapaceiros, enganadores e enganados, presumidos, e velhos ciumentos – e também cães! – atropelam-se pelas ruas sujas de Sevilha nestas doze novelas morais (mas qual moral?) que Miguel de Cervantes foi escrevendo entre 1590 e 1612, à maneira “italiana”.
A isto se aplicou meu engenho, por aqui me leva minha inclinação, e mais que dou a entender, e é assim, que sou o primeiro que novelei em língua castelhana, que as muitas novelas que nela andam impressas, todas são traduzidas de línguas estrangeiras, e estas são minhas próprias, não imitadas nem furtadas; meu génio as engendrou, e pariu-as minha pena, e vão crescendo aos braços da imprensa.
Miguel de Cervantes
Sim, Cervantes experimentou muito.
Escreveu teatro, comédias, entremeses e tragédias, poesias, sempre atento às mudanças que a literatura ia conquistando: se há autor que poderíamos para sempre considerar experimental, é D. Miguel, imparável. E escreveu o Quijote.
Com as Novelas Exemplares, queria apresentar uma espécie de narrativa ligeira, concentrada no efeito e na velocidade. E queria responder à moda das novelas italianas que infestavam Espanha. Estava seguro do valor da obra e consciente da qualidade do próprio trabalho. O “exemplares” do título tanto pode indicar que as novelas suscitam lições de moral, como também pode ser uma forma nada discreta de anunciar que outros escritores podem usar o seu estilo como exemplo.
Depois de ter feito a sua esplendida tradução do Quixote, o romancista Aquilino Ribeiro (1885/1963) traduziu em 1958 as Novelas Exemplares, tradução agora reeditada pela Bertrand.
A ILHA DESCONHECIDA
Espetáculo de teatro, a partir de “ O Conto da Ilha Desconhecida” de José Saramago
Coprodução: Fundação José Saramago | Trigo Limpo teatro ACERT
A Fundação José Saramago em coprodução com o Trigo Limpo teatro ACERT irão estrear no 2º FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos um espetáculo onde se celebra as palavras do Nobel português.
Este espetáculo terá 8 apresentações neste Festival, prosseguindo digressão nacional e internacional nos anos de 2016 e 2017.
Como é que uma ilha poderá ser a utopia que há em cada um de nós?
Como é que a utopia pode ser o desconhecido que se procura pelo prazer da navegação e o desprendimento pela calculista ancoragem?
Imagine-se um pensamento de uma Mulher da Limpeza: “Se não sais de ti, não chegas a saber quem és.”
Imagine-se que um Homem que Queria um Barco sonhou com a Mulher da Limpeza e lhe segredou: “Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar.”
Agora, imagine-se que estamos no lugar deste Homem e desta Mulher que temos diante de nós três portas: a dos obséquios, a das petições e a das decisões. Qual delas seremos tentados a abrir?
No seu conto, José Saramago convida-nos a uma viagem em “que é necessário sair da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não nos saímos de nós”. Habitar teatralmente esta aventura onde a metáfora se espraia na areia das palavras é desafiante. Parabolizar teatral e musicalmente uma narrativa que, sendo complexa, não se pode desligar da singeleza do pensamento que a originou, constitui um desafio artístico aliciante. A palavra teatral e musicada é o roteiro para a construção de personagens oníricas, fantasiosa e poético-amorosas. A música, território de eleição dos intérpretes, pisca o olho sedutor ao argumento, deixando-o fluir encantatoriamente. A cenografia e os figurinos são enxertias de uma só planta.
Esta adaptação teatral do conto de José Saramago são as palavras de um livro que é palco.
Espetáculo criado especialmente para o FOLIO - Festival Literário Internacional de Óbidos para apresentações adaptadas a espaços ao ar-livre.
O Trigo Limpo teatro ACERT, após ter compartilhado com a Fundação José Saramago a maravilhosa aventura de “A Viagem do Elefante” que, desde 2013, continua e continuará a circular junto das comunidades onde ancora, aceitou afectuosamente este convite para partilhar, em co-produção “O Conto da Ilha Desconhecida”.
Ficha Técnica
A ILHA DESCONHECIDA
Coprodução: Fundação José Saramago e Trigo Limpo teatro ACERT
A partir de “ O Conto da Ilha Desconhecida” de José Saramago
Adaptação e encenação: José Rui Martins
Interpretação: Catarina Moura e Luís Pedro Madeira
Música: Luís Pedro Madeira
Cenografia: ZéTavares
Desenho de Luz: Paulo Neto
Figurinos, tapeçaria e adereços: Cláudia Ribeiro | Casa de Figurinos
Adereços: Sofia Silva
Costureira: Marlene Rodrigues
Pesquisa e coordenação literária: Sérgio Letria e Sara Figueiredo
Montagem e operação de luz: Rui Sérgio Henriques
Assistentes de produção: Joana Cavaleiro e Ricardo Viel
Carpintaria de cena: Filipe Simões
Fotografia: Ricardo Chaves
Sinopse
É proposta uma atividade sobre autores de obras literárias, africanos, organizada em duas partes de 90 min. cada, a primeira de manhã, dedicada a alunos do Ensino Secundário, a segunda no mesmo dia, à tarde, dedicada a professores de qualquer nível de ensino ou área curricular. As escolas interessadas deverão inscrever-se, e o grupo de 5 especialistas deslocar-se-á à escola, que custeará as despesas de deslocação, e uma refeição.Tempo pintado, revisitar Ruy Belo
Peças cerâmicas povoam a casa de Ruy Belo. É uma presença que continua a existir junto dos livros de quase todas as divisões da casa. São como figuras que com esses mesmos livros estabelecem um diálogo enigmático, talvez sobre lugares, sobre as mãos que moldaram aquelas personagens e objetos, talvez sobre o conteúdo dos livros, sobre poemas, sobre a vida, sobre o mundo. Outras peças respondem pela sua função imediata, de apoio ao quotidiano da casa. Pratos, canecas, travessas, todos os dias nos transportam em memória para lugares distantes, como se nos seus desenhos sobre fundo branco se configurasse uma geografia imaginária que, inevitavelmente, nos ergue para os universos da palavra, não necessariamente para os poemas ou outras formas, mas para a possibilidade da livre expressão do pensamento.
Os objetos cerâmicos representados nestas fotografias foram adquiridos por Ruy Belo em Óbidos e na sua região.
Duarte Belo
Setembro 2016
ESCRITORES
Uma exposição de Afonso Cruz
Esta é uma exposição de ilustrações de escritores de várias gerações, desde o Renascimento à contemporaneidade, executadas inicialmente para a feira do livro de Bogotá - aquando da participação portuguesa como país convidado -, e representando autores tão diversos como Camões, Vergílio Ferreira ou Raúl Brandão.
Insistindo no vínculo entre leitores e escritores, pretende-se estimular a leitura, o conhecimento e reconhecimento dos escritores lusófonos, dando-lhes forma e protagonismo.
Foi agora transformada num espaço de convívio entre leitores e autores, na esperança de que haja a intimidade de uma sala. Façamos de conta que visitamos a casa de uma tia-avó e que nos sentamos junto ao aparador, bebemos um chá (ou uma ginjinha), conversamos com toda a literatura que nos envolve, com os retratos de pessoas que amamos e que exibimos em molduras velhas, para bem da nossa felicidade e da possibilidade de continuarmos a ser um diálogo, independentemente das limitações espácio-temporais que a física impõe.
A literatura, imanente e transcendente, estará nessa sala, no aparador da tia-avó, chegando a nós com a mesma facilidade com que chega ao cantinho mais remoto do universo. Dois cantinhos que nunca ninguém terá capacidade de varrer.
Retratos de autores,
encontros nos caminhos da vida.
Meus anos de jovem fotógrafo em Paris se passaram da melhor maneira possível, dou-me conta disso ao concentrar minha memória para escrever este texto destinado à imprensa portuguesa informando-a sobre esta exposição de retratos de escritores na Folio 2016 em Óbidos.
Em 1973 comecei minha vida em fotografia. Um começo sem hesitações visto minha vontade de ganhar o que necessitava para sobreviver em Paris, realizando retratos de escritores de meu gosto, autores que eu havia lido em sua maioria, e vendendo as fotografias desses escritores por mim selecionados para editores, revistas literárias e páginas culturais de jornais franceses.
Deu certo, pois durante alguns anos trabalhei muito nesse campo, e o ampliei, pois tive a oportunidade de trabalhar com páginas culturais e editores em Londres. Nunca fui fotojornalista, meu ritmo de trabalho, lento e contemplativo, recusou naturalmente essa profissão, que requer um outro tipo de atitude, de temperamento. Atitude mais metódica, a dos fotojornalistas, mais objetiva.
Meus encontros me formaram, desde a adolescência, meus caminhos foram aqueles do imprevisto. Sem medo.
Algumas das fotografias mostradas aqui em Óbidos, na Folio 2016 são resultado de encomendas ( Iris Murdoch, Marguerite Duras, Roland Barthes).
A grande maioria foram feitas por minha iniciativa. Quase todas foram verdadeiros encontros. Dos autores mostrados aqui em Óbidos, dois foram grandes amigos, Mary McCarthy e Lawrence Durrell. Outros, como Emil Cioran, Julio Cortazar e Carole Dunlop, eram escritores que eu frequentei, eram próximos de mim, eu os via com frequência.
Esta mostra aqui na Folio é a ponta do iceberg.
Durante anos tive o grande prazer de poder ganhar minha vida retratando artistas de quase todos os meios de expressão: escritores, ensaístas, poetas, pintores, escultores, arquitetos, atrizes, atores, fotógrafos, cineastas, músicos.
Dentre alguns desses artistas e criadores:
Francis Bacon, Daniel Barenboim, Orson Welles, Susan Sontag, Alain Resnais, Annie Ernaux, Vieira Da Silva,Michel Leiris, Jorge Amado, Alvaro Siza, Willy Ronis,Carlos Fuentes, Roberto Rossellini, Oscar Niemeyer, André Kertèsz, Dominique Sanda, Jeanne Moreau, Manoel De Oliveira, Pierre Clementi, Klaus Kinski, Jean-Luc Godard, Marceline Loridan, Andy Wharol e tantos outros, durante muitos anos de encontros em fotografia.
Fiz uns poucos livros, catálogos e brochuras de apresentações de minhas diversas exposições, mas com bons autores, que eu admiro: Jorge Amado, Charles Morazé, Cesare De Seta, Lydie Lachenal, Charles Malamud, Pierre Vidal Naquet, Lawrence Durrell, Jacques Lacarrière, Adonis, Alain Jouffroy, Driss Benzekri, Marc Fumaroli, Renzo Piano.
Sem subvenções, em total liberdade, percorri dois terços de minha trajetória realizando minhas fotografias.
Quem sabe, mais do que isso...sem me aproximar de quem não devia. Livre, e espero, coerente nesse percurso.
Minha ultima exposição, anterior à atual em Óbidos, foi em 2014 e 2015 em Paris, no Mois de la Photo, se chamava "Carlos Freire dans la Sicile de Vincenzo Consolo". Mostrada na Galerie Dina Vierny durante seis meses, com minhas fotografias da Sicília e textos do escritor Vincenzo Consolo, grande escritor siciliano, homem integro e lúcido, um caro amigo.
Atualmente trabalho na belíssima cidade do Porto. Com Álvaro Siza, que me honrou em aceitar de realizar um livro comigo.
Feliz e honrado estou também de participar da Folio 2016 aqui em Óbidos mostrando uma pequena parte de minhas fotografias de escritores.
Fotografias feitas com simplicidade, e sem outra pretensão que a de registar um momento preciso da vida desses seres excepcionais que são os escritores, que nos oferecem tanto prazer de leitura com seus talentos.
Carlos Freire, agosto de 2016
Siracusa, Sicília.
(DR: Doris Lessing, Londres 1996 copyright Carlos Freire)
LÚMEN
Instalação Rui Horta
O espaço como contexto mas, simultaneamente, o texto da obra. O corpo como mediador, lugar da revelação, território entre o transcendental e o concreto. Luz e Video, que convocam a imaterialidade para a experiência do visitante.
LÚMEN é um encontro improvável mas lógico, um convite para investir a Igreja do Espírito Santo e o desafio de deslocar o espaço sacral para o território da arte.
Rui Horta
Inauguração da exposição de fotografia Desmargens, sobre o tema da Utopia
PortoCartoon: Utopia com Humor
O tema do PortoCartoon 2016 está em sintonia com o FOLIO 2016.
Em Óbidos, pode ser vista uma seleção com os melhores desenhos do humor internacional sobre Entendimento Mundial/Utopia.
Mesmo que se apele ao entendimento mundial, os lápis do humor deslizam para as crateras do desentendimento, ou seja para a denúncia das contradições do poder, em diferentes instâncias.
O desenho vencedor é muito forte. O sino é bem maior que os barcos do desespero. Por mais que o toquem, a insensibilidade estelar tem sido evidente numa Europa que foge para os paraísos fiscais, insensível aos gritos de humanidade. Thomas More referia há 500 anos, na sua Utopia, que "a desonestidade da ganância de alguns converteu-se em calamidade".
A calamidade não acabou. Pelo contrário, espalhou-se.
O sino, insensível aos desesperos da humanidade, assinala bem os tempos que vivemos hoje.
Uma das exceções mais assinaláveis à linha do 'desentendimento global' é a participação de Plantu (estrela de Le Monde). Clarividente no apelo, ele faz uma homenagem ao entendimento utópico. Com esta particularidade: grita em português “Viva a Utopia”.
Outros artistas, aliás, repegaram na imagem antiga da ilha da utopia para as suas sátiras. Com incisão.
Ninguém pode ficar indiferente a estas mensagens. De arte e riso.
É a excelência do cartoon. Utopia com humor.
Luiz Humberto Marcos,
Diretor do Museu Nacional da Imprensa
O Folio 2016 é Utopia. O Cartaz do Folio uma tela perfeita.
Utopia: o cartaz ideal, imaginário, fantástico.
Há um folha de papel que dobrando-se desenha a letra F, por trás dela o espaço é branco. É o espaço da Utopia.
O João Vilhena e o Afonso Cruz pintaram o mote. A utopia que no Folio nasce do branco. Do meio de nós. Do meio do Folio.
Mas porque é ideal, imaginário e fantástico todos somos(temos) uma. Nunca um evento teve cartazes que fossem todos originais. Três, quatro, dez ou cem cartazes. Os que todos quiserem fazer.
No mundo social a comunidade que ama o Folio tem uma tela de utopia só para ela. Para cada um. Que á a tela matriz da Utopia coletiva. O Folio oferece a tela digital e todos devolvem nela as suas utopias.
Cartazes originais que depois serão expostos em formato A4 cobrindo as paredes de uma sala durante o Folio.
in Folio mais : a sala da Utopia.
Nela todos se podem fotografar durante o FOLIO ao lado da sua utopia. Junto da de todos os outros. E repetir a partilha, ideal, fantástica, imaginária.
JMdiogo
Inserida na programação - UTOPIA - Matemática e Literatura
CONCEITO FoliALQ
WINE GARDEN by ALQ
Câmara Municipal de Alenquer
Poderão esperar da nossa parte uma tenda a imitar uma taberna “moderna” e com design de interior interessante, gerida por um parceiro do Município e em estreita relação com os nossos produtores da ROTA DOS VINHOS DE LISBOA. Estaremos disponíveis em todos os dias do eventos, no horário sugerido na nossa reunião, com ligeiros ajustes para um horário mais curto ou mais prolongado a partir dos primeiros dias do eventos e de acordo com a vontade do público e visitantes. Neste espaço estará igualmente a tempo inteiro um ou dois técnicos da autarquia para prestar todas as informações necessárias sobre os vinhos de Alenquer as nossas relações com a literatura. Neste espaço deverá igualmente estar uma pequena livraria com edições do Município de Alenquer para podermos igualmente transformar o espaço num pequeno mas simpático espaço literário e que servirá de fundo a algumas apresentações de obras recém editadas pelo nosso Município sobre o vinho e sobre outros aspetos culturais do nosso concelho.
A ideia base do espaço, para além da taberna no interior da tenda, será a de montar no exterior uma esplanada vínica, que possibilite a todos os visitantes disfrutar do evento na generalidade, retemperando forças neste local com recurso aos vinhos e petiscos que estarão à venda quer ao copo, quer em garrafa.
Temos previsto igualmente fazer alguns pequenos apontamentos musicais com músicos do concelho e de récita de poesia com escritores do concelho, que transformem esta esplanada vínica num local culturalmente ativo e acolhedor.
Por último lançaremos o desafio aos nossos produtores para estarem presentes em cada dia do evento no sentido de poderem fazer algumas apresentações e provas de vinhos. Na certeza de que a sua presença trará a cada vinho um élan especial. Claro que como estaremos em plena época de vindimas e vinificação não podemos nesta fase quantificar a presença destes mas obviamente que alguns terão todo o gosto em estar presentes ou fazerem-se representar por seus colaboradores.
O projeto do Cooked Book não é sobre comida, é sobre sentimentos e emoções comestíveis, que juntou o Vila Joya, a Ivity e as suas deliciosas histórias - cr-EAT-ivity - numa receita única.
Cada prato tem uma história, cada Chef é um escritor, cada "livro cozinhado" é um pedaço da cultura cr-EAT-ive. O "livro cozinhado" é uma experiência visual concebida a partir do coração da cozinha do Vila Joya, para celebrar todos os Chefes do mundo, que escrevem a história da Gastronomia, todos os dias.
Sabor é tudo para o Chefe Koshina e a sua equipa. Sabor visual é tudo para o Chef-Designer Paulo e a sua equipa. Quando um Chef-Designer invade uma cozinha premiada com duas estrelas Michelin, quebra as regras e vai para além dos próprios alimentos - isso é cr-EAT-ivity.
Enquanto cruzam as muitas disciplinas de cr-EAT-ivity, Chef-Designers e Chefs de Cozinha fazem o mesmo, mas de maneiras diferentes. Escrevem histórias, reescrevem as memórias, equilibram sabores e ligam sensações. Cortam, fatiam, fervem, congelam. É brutal, é sensível. É um encontro cr-EAT-ive, que contraria o óbvio para tirar o máximo proveito dos nossos sabores mentais.
Para fazer parte do FOLIO, quisemos criar algo muito especial, nunca visto. Um livro de receitas teria sido fantástico, mas não era novidade. Enquanto pensávamos em livros de receitas e Chefs, em literatura, em livros e palavras, começámos a pensar como iríamos confeccionar esta receita. Depois de uma maravilhosa refeição com a equipa de design da Ivity, percebemos o seguinte: cada prato tem a sua própria história, escrita pelo seu Chef. Assim, todos Chefs no mundo são escritores. As suas palavras são os ingredientes deliciosos que lhes são oferecidos pela natureza, as receitas confeccionadas fazem a história, e o menu é o livro do Chefe, que é escrito principalmente com amor.
----
Varanda Pelourinho - Vila Joya Vip Lounge
Pelourinho room - Cooked Book launch talk
Padaria - Cooked Book live experience
Sinopse
É proposta uma atividade sobre autores de obras literárias, africanos, organizada em duas partes de 90 min. cada, a primeira de manhã, dedicada a alunos do Ensino Secundário, a segunda no mesmo dia, à tarde, dedicada a professores de qualquer nível de ensino ou área curricular. As escolas interessadas deverão inscrever-se, e o grupo de 5 especialistas deslocar-se-á à escola, que custeará as despesas de deslocação, e uma refeição.“O Amazonismo na música e Literariedade de Osmar Júnior”, com a presença do artista.
A música de Osmar Júnior perlustra as devastações, as extinções, a biopirataria e a morte das culturas tradicionais da Amazônia
Sinopse:
Na Utopia de More, a imprensa é destacada como uma tecnologia valiosa, produto das competências e conhecimentos desenvolvidos pelo povo, e associada à cidade, à felicidade e à qualidade de vida dos seus habitantes, que todos trabalham a terra e todos se dedicam, livremente, à cultura. Como pensar hoje educação, felicidade, tecnologias e vida sustentável?
Jornalismo utopia e....
Não fazia sentido celebrar a utopia sem pensar em jornalismo, lugar primeiro onde se fixaram as narrativas, e também as utopias, que muitas vezes, com o passar do tempo se transformaram na História conhecida.
O mundo mudou. Com a imprensa, as utopias tornaram-se conhecidas; depois, com a rádio e a televisão, as utopias tornaram-se globais; agora, quando todo o conhecimento está disponível em toda a parte, serão as utopias lugares comuns? Ou precisam de se reinventar num mundo onde parece não haver impossíveis?
Como pensam os jornalistas que, dia a dia, escolhem os acontecimentos que na manhã seguinte, logo à tarde, ou neste minuto vão estar ao alcance de todos. Como é que a utopia os impacta. Será que ela existe? Ainda existe? Como é que se gere?
Falar de jornalismo e utopia em cada uma das áreas editorias em que se organizam os órgãos de comunicação social, é falar das escolhas que acontecem na ponta da caneta, no clicar da tecla, no microfone e na câmara.
“Jornalismo, utopia e...” - Política, Economia, Sociedade, Desporto, Cultura e a Rádio - são conversas de 50 minutos sem pausa para café. Diálogos simples, operativos, práticos, experiencialistas. São um telex, um take, um mail, um som, um post, um vivo.
Entre 26 e 30 de setembro. Em Óbidos.
Sinopse
Se, como já dizia o poeta, a utopia é como a linha do horizonte, inalcançável, que se afasta um passo a cada passo que damos ao seu encontro, ela é também aquilo que temos dentro que nos faz continuar sempre a caminhar. Um fulgor interior que não permite que deixemos de sonhar. Num tempo em que fortes ventos de mudança abalam a História, é, pois, urgente empenhar alma e coração num futuro feliz, livre, justo e sustentável para o mundo. É altura de sonhar o impossível.
Em Utopia, escrito em plena época dos Descobrimentos e das Conquistas das terras e das gentes do Novo Mundo das Américas pelos europeus (1516), Thomas More descreveu essa ilha exemplar ainda hoje inspiradora em tantos aspetos, e que ofereceu o nome a todo o ideal de sociedade. Este livro servirá de alavanca propulsora desta oficina onde, ao arrepio de todas as leis, simularemos, à pequena escala da vila de Óbidos, a reconquista do mundo. Desta vez, com poesia em bandeiras de utopia
Tempo pintado, revisitar Ruy Belo
Peças cerâmicas povoam a casa de Ruy Belo. É uma presença que continua a existir junto dos livros de quase todas as divisões da casa. São como figuras que com esses mesmos livros estabelecem um diálogo enigmático, talvez sobre lugares, sobre as mãos que moldaram aquelas personagens e objetos, talvez sobre o conteúdo dos livros, sobre poemas, sobre a vida, sobre o mundo. Outras peças respondem pela sua função imediata, de apoio ao quotidiano da casa. Pratos, canecas, travessas, todos os dias nos transportam em memória para lugares distantes, como se nos seus desenhos sobre fundo branco se configurasse uma geografia imaginária que, inevitavelmente, nos ergue para os universos da palavra, não necessariamente para os poemas ou outras formas, mas para a possibilidade da livre expressão do pensamento.
Os objetos cerâmicos representados nestas fotografias foram adquiridos por Ruy Belo em Óbidos e na sua região.
Duarte Belo
Setembro 2016
ESCRITORES
Uma exposição de Afonso Cruz
Esta é uma exposição de ilustrações de escritores de várias gerações, desde o Renascimento à contemporaneidade, executadas inicialmente para a feira do livro de Bogotá - aquando da participação portuguesa como país convidado -, e representando autores tão diversos como Camões, Vergílio Ferreira ou Raúl Brandão.
Insistindo no vínculo entre leitores e escritores, pretende-se estimular a leitura, o conhecimento e reconhecimento dos escritores lusófonos, dando-lhes forma e protagonismo.
Foi agora transformada num espaço de convívio entre leitores e autores, na esperança de que haja a intimidade de uma sala. Façamos de conta que visitamos a casa de uma tia-avó e que nos sentamos junto ao aparador, bebemos um chá (ou uma ginjinha), conversamos com toda a literatura que nos envolve, com os retratos de pessoas que amamos e que exibimos em molduras velhas, para bem da nossa felicidade e da possibilidade de continuarmos a ser um diálogo, independentemente das limitações espácio-temporais que a física impõe.
A literatura, imanente e transcendente, estará nessa sala, no aparador da tia-avó, chegando a nós com a mesma facilidade com que chega ao cantinho mais remoto do universo. Dois cantinhos que nunca ninguém terá capacidade de varrer.
Retratos de autores,
encontros nos caminhos da vida.
Meus anos de jovem fotógrafo em Paris se passaram da melhor maneira possível, dou-me conta disso ao concentrar minha memória para escrever este texto destinado à imprensa portuguesa informando-a sobre esta exposição de retratos de escritores na Folio 2016 em Óbidos.
Em 1973 comecei minha vida em fotografia. Um começo sem hesitações visto minha vontade de ganhar o que necessitava para sobreviver em Paris, realizando retratos de escritores de meu gosto, autores que eu havia lido em sua maioria, e vendendo as fotografias desses escritores por mim selecionados para editores, revistas literárias e páginas culturais de jornais franceses.
Deu certo, pois durante alguns anos trabalhei muito nesse campo, e o ampliei, pois tive a oportunidade de trabalhar com páginas culturais e editores em Londres. Nunca fui fotojornalista, meu ritmo de trabalho, lento e contemplativo, recusou naturalmente essa profissão, que requer um outro tipo de atitude, de temperamento. Atitude mais metódica, a dos fotojornalistas, mais objetiva.
Meus encontros me formaram, desde a adolescência, meus caminhos foram aqueles do imprevisto. Sem medo.
Algumas das fotografias mostradas aqui em Óbidos, na Folio 2016 são resultado de encomendas ( Iris Murdoch, Marguerite Duras, Roland Barthes).
A grande maioria foram feitas por minha iniciativa. Quase todas foram verdadeiros encontros. Dos autores mostrados aqui em Óbidos, dois foram grandes amigos, Mary McCarthy e Lawrence Durrell. Outros, como Emil Cioran, Julio Cortazar e Carole Dunlop, eram escritores que eu frequentei, eram próximos de mim, eu os via com frequência.
Esta mostra aqui na Folio é a ponta do iceberg.
Durante anos tive o grande prazer de poder ganhar minha vida retratando artistas de quase todos os meios de expressão: escritores, ensaístas, poetas, pintores, escultores, arquitetos, atrizes, atores, fotógrafos, cineastas, músicos.
Dentre alguns desses artistas e criadores:
Francis Bacon, Daniel Barenboim, Orson Welles, Susan Sontag, Alain Resnais, Annie Ernaux, Vieira Da Silva,Michel Leiris, Jorge Amado, Alvaro Siza, Willy Ronis,Carlos Fuentes, Roberto Rossellini, Oscar Niemeyer, André Kertèsz, Dominique Sanda, Jeanne Moreau, Manoel De Oliveira, Pierre Clementi, Klaus Kinski, Jean-Luc Godard, Marceline Loridan, Andy Wharol e tantos outros, durante muitos anos de encontros em fotografia.
Fiz uns poucos livros, catálogos e brochuras de apresentações de minhas diversas exposições, mas com bons autores, que eu admiro: Jorge Amado, Charles Morazé, Cesare De Seta, Lydie Lachenal, Charles Malamud, Pierre Vidal Naquet, Lawrence Durrell, Jacques Lacarrière, Adonis, Alain Jouffroy, Driss Benzekri, Marc Fumaroli, Renzo Piano.
Sem subvenções, em total liberdade, percorri dois terços de minha trajetória realizando minhas fotografias.
Quem sabe, mais do que isso...sem me aproximar de quem não devia. Livre, e espero, coerente nesse percurso.
Minha ultima exposição, anterior à atual em Óbidos, foi em 2014 e 2015 em Paris, no Mois de la Photo, se chamava "Carlos Freire dans la Sicile de Vincenzo Consolo". Mostrada na Galerie Dina Vierny durante seis meses, com minhas fotografias da Sicília e textos do escritor Vincenzo Consolo, grande escritor siciliano, homem integro e lúcido, um caro amigo.
Atualmente trabalho na belíssima cidade do Porto. Com Álvaro Siza, que me honrou em aceitar de realizar um livro comigo.
Feliz e honrado estou também de participar da Folio 2016 aqui em Óbidos mostrando uma pequena parte de minhas fotografias de escritores.
Fotografias feitas com simplicidade, e sem outra pretensão que a de registar um momento preciso da vida desses seres excepcionais que são os escritores, que nos oferecem tanto prazer de leitura com seus talentos.
Carlos Freire, agosto de 2016
Siracusa, Sicília.
(DR: Doris Lessing, Londres 1996 copyright Carlos Freire)
LÚMEN
Instalação Rui Horta
O espaço como contexto mas, simultaneamente, o texto da obra. O corpo como mediador, lugar da revelação, território entre o transcendental e o concreto. Luz e Video, que convocam a imaterialidade para a experiência do visitante.
LÚMEN é um encontro improvável mas lógico, um convite para investir a Igreja do Espírito Santo e o desafio de deslocar o espaço sacral para o território da arte.
Rui Horta
Inauguração da exposição de fotografia Desmargens, sobre o tema da Utopia
PortoCartoon: Utopia com Humor
O tema do PortoCartoon 2016 está em sintonia com o FOLIO 2016.
Em Óbidos, pode ser vista uma seleção com os melhores desenhos do humor internacional sobre Entendimento Mundial/Utopia.
Mesmo que se apele ao entendimento mundial, os lápis do humor deslizam para as crateras do desentendimento, ou seja para a denúncia das contradições do poder, em diferentes instâncias.
O desenho vencedor é muito forte. O sino é bem maior que os barcos do desespero. Por mais que o toquem, a insensibilidade estelar tem sido evidente numa Europa que foge para os paraísos fiscais, insensível aos gritos de humanidade. Thomas More referia há 500 anos, na sua Utopia, que "a desonestidade da ganância de alguns converteu-se em calamidade".
A calamidade não acabou. Pelo contrário, espalhou-se.
O sino, insensível aos desesperos da humanidade, assinala bem os tempos que vivemos hoje.
Uma das exceções mais assinaláveis à linha do 'desentendimento global' é a participação de Plantu (estrela de Le Monde). Clarividente no apelo, ele faz uma homenagem ao entendimento utópico. Com esta particularidade: grita em português “Viva a Utopia”.
Outros artistas, aliás, repegaram na imagem antiga da ilha da utopia para as suas sátiras. Com incisão.
Ninguém pode ficar indiferente a estas mensagens. De arte e riso.
É a excelência do cartoon. Utopia com humor.
Luiz Humberto Marcos,
Diretor do Museu Nacional da Imprensa
O Folio 2016 é Utopia. O Cartaz do Folio uma tela perfeita.
Utopia: o cartaz ideal, imaginário, fantástico.
Há um folha de papel que dobrando-se desenha a letra F, por trás dela o espaço é branco. É o espaço da Utopia.
O João Vilhena e o Afonso Cruz pintaram o mote. A utopia que no Folio nasce do branco. Do meio de nós. Do meio do Folio.
Mas porque é ideal, imaginário e fantástico todos somos(temos) uma. Nunca um evento teve cartazes que fossem todos originais. Três, quatro, dez ou cem cartazes. Os que todos quiserem fazer.
No mundo social a comunidade que ama o Folio tem uma tela de utopia só para ela. Para cada um. Que á a tela matriz da Utopia coletiva. O Folio oferece a tela digital e todos devolvem nela as suas utopias.
Cartazes originais que depois serão expostos em formato A4 cobrindo as paredes de uma sala durante o Folio.
in Folio mais : a sala da Utopia.
Nela todos se podem fotografar durante o FOLIO ao lado da sua utopia. Junto da de todos os outros. E repetir a partilha, ideal, fantástica, imaginária.
JMdiogo
Inserida na programação - UTOPIA - Matemática e Literatura
CONCEITO FoliALQ
WINE GARDEN by ALQ
Câmara Municipal de Alenquer
Poderão esperar da nossa parte uma tenda a imitar uma taberna “moderna” e com design de interior interessante, gerida por um parceiro do Município e em estreita relação com os nossos produtores da ROTA DOS VINHOS DE LISBOA. Estaremos disponíveis em todos os dias do eventos, no horário sugerido na nossa reunião, com ligeiros ajustes para um horário mais curto ou mais prolongado a partir dos primeiros dias do eventos e de acordo com a vontade do público e visitantes. Neste espaço estará igualmente a tempo inteiro um ou dois técnicos da autarquia para prestar todas as informações necessárias sobre os vinhos de Alenquer as nossas relações com a literatura. Neste espaço deverá igualmente estar uma pequena livraria com edições do Município de Alenquer para podermos igualmente transformar o espaço num pequeno mas simpático espaço literário e que servirá de fundo a algumas apresentações de obras recém editadas pelo nosso Município sobre o vinho e sobre outros aspetos culturais do nosso concelho.
A ideia base do espaço, para além da taberna no interior da tenda, será a de montar no exterior uma esplanada vínica, que possibilite a todos os visitantes disfrutar do evento na generalidade, retemperando forças neste local com recurso aos vinhos e petiscos que estarão à venda quer ao copo, quer em garrafa.
Temos previsto igualmente fazer alguns pequenos apontamentos musicais com músicos do concelho e de récita de poesia com escritores do concelho, que transformem esta esplanada vínica num local culturalmente ativo e acolhedor.
Por último lançaremos o desafio aos nossos produtores para estarem presentes em cada dia do evento no sentido de poderem fazer algumas apresentações e provas de vinhos. Na certeza de que a sua presença trará a cada vinho um élan especial. Claro que como estaremos em plena época de vindimas e vinificação não podemos nesta fase quantificar a presença destes mas obviamente que alguns terão todo o gosto em estar presentes ou fazerem-se representar por seus colaboradores.
O projeto do Cooked Book não é sobre comida, é sobre sentimentos e emoções comestíveis, que juntou o Vila Joya, a Ivity e as suas deliciosas histórias - cr-EAT-ivity - numa receita única.
Cada prato tem uma história, cada Chef é um escritor, cada "livro cozinhado" é um pedaço da cultura cr-EAT-ive. O "livro cozinhado" é uma experiência visual concebida a partir do coração da cozinha do Vila Joya, para celebrar todos os Chefes do mundo, que escrevem a história da Gastronomia, todos os dias.
Sabor é tudo para o Chefe Koshina e a sua equipa. Sabor visual é tudo para o Chef-Designer Paulo e a sua equipa. Quando um Chef-Designer invade uma cozinha premiada com duas estrelas Michelin, quebra as regras e vai para além dos próprios alimentos - isso é cr-EAT-ivity.
Enquanto cruzam as muitas disciplinas de cr-EAT-ivity, Chef-Designers e Chefs de Cozinha fazem o mesmo, mas de maneiras diferentes. Escrevem histórias, reescrevem as memórias, equilibram sabores e ligam sensações. Cortam, fatiam, fervem, congelam. É brutal, é sensível. É um encontro cr-EAT-ive, que contraria o óbvio para tirar o máximo proveito dos nossos sabores mentais.
Para fazer parte do FOLIO, quisemos criar algo muito especial, nunca visto. Um livro de receitas teria sido fantástico, mas não era novidade. Enquanto pensávamos em livros de receitas e Chefs, em literatura, em livros e palavras, começámos a pensar como iríamos confeccionar esta receita. Depois de uma maravilhosa refeição com a equipa de design da Ivity, percebemos o seguinte: cada prato tem a sua própria história, escrita pelo seu Chef. Assim, todos Chefs no mundo são escritores. As suas palavras são os ingredientes deliciosos que lhes são oferecidos pela natureza, as receitas confeccionadas fazem a história, e o menu é o livro do Chefe, que é escrito principalmente com amor.
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Varanda Pelourinho - Vila Joya Vip Lounge
Pelourinho room - Cooked Book launch talk
Padaria - Cooked Book live experience
Sinopse
Se, como já dizia o poeta, a utopia é como a linha do horizonte, inalcançável, que se afasta um passo a cada passo que damos ao seu encontro, ela é também aquilo que temos dentro que nos faz continuar sempre a caminhar. Um fulgor interior que não permite que deixemos de sonhar. Num tempo em que fortes ventos de mudança abalam a História, é, pois, urgente empenhar alma e coração num futuro feliz, livre, justo e sustentável para o mundo. É altura de sonhar o impossível.
Em Utopia, escrito em plena época dos Descobrimentos e das Conquistas das terras e das gentes do Novo Mundo das Américas pelos europeus (1516), Thomas More descreveu essa ilha exemplar ainda hoje inspiradora em tantos aspetos, e que ofereceu o nome a todo o ideal de sociedade. Este livro servirá de alavanca propulsora desta oficina onde, ao arrepio de todas as leis, simularemos, à pequena escala da vila de Óbidos, a reconquista do mundo. Desta vez, com poesia em bandeiras de utopia
Sinopse :
Desenhar utopias nas cidades que há e por haver. A leitura nos edifícios sonhados construídos, como é exemplo o projeto da Maison de La Paix - Lausanne, e em estratégias inovadoras históricas, tais como as Bibliotecas Itinerantes Gulbenkian, 1956- , e atuais, como o Porto Worst Tours, 2014- .
Sinopse:
Durante toda a nossa vida passamos por diversos processos de transformação. Vivê-los ou não é uma escolha que nos compete. Sendo a leitura uma das formas mais audazes de despertar em cada um de nós a verdadeira essência e a capacidade de mudança, é também através que garantimos acesso completo quer aos nossos recursos internos, quer aos vários padrões de sucesso.
Ler, Integrar, Aplicar, Partilhar, expressões que não passam despercebidas a quem utiliza a leitura para atingir a melhor versão de si próprio. Assim, e incidindo no processo da leitura como um dos mais significativos, vou desvendar os segredos que estão por detrás do sucesso através da leitura e de como esta pode mudar a sua vida!
O maior passo que podemos dar é aquele que damos para dentro de nós próprios rumo ao nosso autoconhecimento e ao nosso esplendor. E ler, dá-nos esta clareza.
Sinopse
Uma oficina de pensamento, oceano e utopia que promete interpelar os transeuntes e seduzir os jovens de Óbidos para a causa dos Oceanos. Pensamento, Palavra, Escrita, e Construção plástica, numa intervenção pelas ruas.
A oficina Oceanutópicos (batizada assim por votação dos jovens participantes) já começou no Agrupamento de Escolas Reynaldo dos Santos, em Vila Franca de Xira. Uma oficina que cruza a temática do livro Utopia de Thomas Moro com a urgência de pensar o mar. As sessões vêm realizando-se na bela biblioteca escolar da escola mãe do agrupamento e reúnem 20 participantes do 4º,8º e 11º ano num diálogo democrático e participado, transversal às diferentes idades em presença. Optámos pelo trabalho em pequenos grupos de reflexão temática que produziram pequenos textos afirmativos onde se propõem visões de futuro para os mares num exercício de transgressão criativa que vai crescendo a cada nova sessão realizada na biblioteca escolar. Em debate tem estado a forma como vamos partilhar o pensado e escrito pelas ruas de Óbidos, cativando transeuntes e alunos das escolas locais, para o tema da Utopia com sabor a Mar. Peço que nos desculpem por não divulgarmos (ainda) o que estamos a preparar – não queremos estragar a surpresa.
Tempo pintado, revisitar Ruy Belo
Peças cerâmicas povoam a casa de Ruy Belo. É uma presença que continua a existir junto dos livros de quase todas as divisões da casa. São como figuras que com esses mesmos livros estabelecem um diálogo enigmático, talvez sobre lugares, sobre as mãos que moldaram aquelas personagens e objetos, talvez sobre o conteúdo dos livros, sobre poemas, sobre a vida, sobre o mundo. Outras peças respondem pela sua função imediata, de apoio ao quotidiano da casa. Pratos, canecas, travessas, todos os dias nos transportam em memória para lugares distantes, como se nos seus desenhos sobre fundo branco se configurasse uma geografia imaginária que, inevitavelmente, nos ergue para os universos da palavra, não necessariamente para os poemas ou outras formas, mas para a possibilidade da livre expressão do pensamento.
Os objetos cerâmicos representados nestas fotografias foram adquiridos por Ruy Belo em Óbidos e na sua região.
Duarte Belo
Setembro 2016
ESCRITORES
Uma exposição de Afonso Cruz
Esta é uma exposição de ilustrações de escritores de várias gerações, desde o Renascimento à contemporaneidade, executadas inicialmente para a feira do livro de Bogotá - aquando da participação portuguesa como país convidado -, e representando autores tão diversos como Camões, Vergílio Ferreira ou Raúl Brandão.
Insistindo no vínculo entre leitores e escritores, pretende-se estimular a leitura, o conhecimento e reconhecimento dos escritores lusófonos, dando-lhes forma e protagonismo.
Foi agora transformada num espaço de convívio entre leitores e autores, na esperança de que haja a intimidade de uma sala. Façamos de conta que visitamos a casa de uma tia-avó e que nos sentamos junto ao aparador, bebemos um chá (ou uma ginjinha), conversamos com toda a literatura que nos envolve, com os retratos de pessoas que amamos e que exibimos em molduras velhas, para bem da nossa felicidade e da possibilidade de continuarmos a ser um diálogo, independentemente das limitações espácio-temporais que a física impõe.
A literatura, imanente e transcendente, estará nessa sala, no aparador da tia-avó, chegando a nós com a mesma facilidade com que chega ao cantinho mais remoto do universo. Dois cantinhos que nunca ninguém terá capacidade de varrer.
Retratos de autores,
encontros nos caminhos da vida.
Meus anos de jovem fotógrafo em Paris se passaram da melhor maneira possível, dou-me conta disso ao concentrar minha memória para escrever este texto destinado à imprensa portuguesa informando-a sobre esta exposição de retratos de escritores na Folio 2016 em Óbidos.
Em 1973 comecei minha vida em fotografia. Um começo sem hesitações visto minha vontade de ganhar o que necessitava para sobreviver em Paris, realizando retratos de escritores de meu gosto, autores que eu havia lido em sua maioria, e vendendo as fotografias desses escritores por mim selecionados para editores, revistas literárias e páginas culturais de jornais franceses.
Deu certo, pois durante alguns anos trabalhei muito nesse campo, e o ampliei, pois tive a oportunidade de trabalhar com páginas culturais e editores em Londres. Nunca fui fotojornalista, meu ritmo de trabalho, lento e contemplativo, recusou naturalmente essa profissão, que requer um outro tipo de atitude, de temperamento. Atitude mais metódica, a dos fotojornalistas, mais objetiva.
Meus encontros me formaram, desde a adolescência, meus caminhos foram aqueles do imprevisto. Sem medo.
Algumas das fotografias mostradas aqui em Óbidos, na Folio 2016 são resultado de encomendas ( Iris Murdoch, Marguerite Duras, Roland Barthes).
A grande maioria foram feitas por minha iniciativa. Quase todas foram verdadeiros encontros. Dos autores mostrados aqui em Óbidos, dois foram grandes amigos, Mary McCarthy e Lawrence Durrell. Outros, como Emil Cioran, Julio Cortazar e Carole Dunlop, eram escritores que eu frequentei, eram próximos de mim, eu os via com frequência.
Esta mostra aqui na Folio é a ponta do iceberg.
Durante anos tive o grande prazer de poder ganhar minha vida retratando artistas de quase todos os meios de expressão: escritores, ensaístas, poetas, pintores, escultores, arquitetos, atrizes, atores, fotógrafos, cineastas, músicos.
Dentre alguns desses artistas e criadores:
Francis Bacon, Daniel Barenboim, Orson Welles, Susan Sontag, Alain Resnais, Annie Ernaux, Vieira Da Silva,Michel Leiris, Jorge Amado, Alvaro Siza, Willy Ronis,Carlos Fuentes, Roberto Rossellini, Oscar Niemeyer, André Kertèsz, Dominique Sanda, Jeanne Moreau, Manoel De Oliveira, Pierre Clementi, Klaus Kinski, Jean-Luc Godard, Marceline Loridan, Andy Wharol e tantos outros, durante muitos anos de encontros em fotografia.
Fiz uns poucos livros, catálogos e brochuras de apresentações de minhas diversas exposições, mas com bons autores, que eu admiro: Jorge Amado, Charles Morazé, Cesare De Seta, Lydie Lachenal, Charles Malamud, Pierre Vidal Naquet, Lawrence Durrell, Jacques Lacarrière, Adonis, Alain Jouffroy, Driss Benzekri, Marc Fumaroli, Renzo Piano.
Sem subvenções, em total liberdade, percorri dois terços de minha trajetória realizando minhas fotografias.
Quem sabe, mais do que isso...sem me aproximar de quem não devia. Livre, e espero, coerente nesse percurso.
Minha ultima exposição, anterior à atual em Óbidos, foi em 2014 e 2015 em Paris, no Mois de la Photo, se chamava "Carlos Freire dans la Sicile de Vincenzo Consolo". Mostrada na Galerie Dina Vierny durante seis meses, com minhas fotografias da Sicília e textos do escritor Vincenzo Consolo, grande escritor siciliano, homem integro e lúcido, um caro amigo.
Atualmente trabalho na belíssima cidade do Porto. Com Álvaro Siza, que me honrou em aceitar de realizar um livro comigo.
Feliz e honrado estou também de participar da Folio 2016 aqui em Óbidos mostrando uma pequena parte de minhas fotografias de escritores.
Fotografias feitas com simplicidade, e sem outra pretensão que a de registar um momento preciso da vida desses seres excepcionais que são os escritores, que nos oferecem tanto prazer de leitura com seus talentos.
Carlos Freire, agosto de 2016
Siracusa, Sicília.
(DR: Doris Lessing, Londres 1996 copyright Carlos Freire)
LÚMEN
Instalação Rui Horta
O espaço como contexto mas, simultaneamente, o texto da obra. O corpo como mediador, lugar da revelação, território entre o transcendental e o concreto. Luz e Video, que convocam a imaterialidade para a experiência do visitante.
LÚMEN é um encontro improvável mas lógico, um convite para investir a Igreja do Espírito Santo e o desafio de deslocar o espaço sacral para o território da arte.
Rui Horta
Inauguração da exposição de fotografia Desmargens, sobre o tema da Utopia
PortoCartoon: Utopia com Humor
O tema do PortoCartoon 2016 está em sintonia com o FOLIO 2016.
Em Óbidos, pode ser vista uma seleção com os melhores desenhos do humor internacional sobre Entendimento Mundial/Utopia.
Mesmo que se apele ao entendimento mundial, os lápis do humor deslizam para as crateras do desentendimento, ou seja para a denúncia das contradições do poder, em diferentes instâncias.
O desenho vencedor é muito forte. O sino é bem maior que os barcos do desespero. Por mais que o toquem, a insensibilidade estelar tem sido evidente numa Europa que foge para os paraísos fiscais, insensível aos gritos de humanidade. Thomas More referia há 500 anos, na sua Utopia, que "a desonestidade da ganância de alguns converteu-se em calamidade".
A calamidade não acabou. Pelo contrário, espalhou-se.
O sino, insensível aos desesperos da humanidade, assinala bem os tempos que vivemos hoje.
Uma das exceções mais assinaláveis à linha do 'desentendimento global' é a participação de Plantu (estrela de Le Monde). Clarividente no apelo, ele faz uma homenagem ao entendimento utópico. Com esta particularidade: grita em português “Viva a Utopia”.
Outros artistas, aliás, repegaram na imagem antiga da ilha da utopia para as suas sátiras. Com incisão.
Ninguém pode ficar indiferente a estas mensagens. De arte e riso.
É a excelência do cartoon. Utopia com humor.
Luiz Humberto Marcos,
Diretor do Museu Nacional da Imprensa
O Folio 2016 é Utopia. O Cartaz do Folio uma tela perfeita.
Utopia: o cartaz ideal, imaginário, fantástico.
Há um folha de papel que dobrando-se desenha a letra F, por trás dela o espaço é branco. É o espaço da Utopia.
O João Vilhena e o Afonso Cruz pintaram o mote. A utopia que no Folio nasce do branco. Do meio de nós. Do meio do Folio.
Mas porque é ideal, imaginário e fantástico todos somos(temos) uma. Nunca um evento teve cartazes que fossem todos originais. Três, quatro, dez ou cem cartazes. Os que todos quiserem fazer.
No mundo social a comunidade que ama o Folio tem uma tela de utopia só para ela. Para cada um. Que á a tela matriz da Utopia coletiva. O Folio oferece a tela digital e todos devolvem nela as suas utopias.
Cartazes originais que depois serão expostos em formato A4 cobrindo as paredes de uma sala durante o Folio.
in Folio mais : a sala da Utopia.
Nela todos se podem fotografar durante o FOLIO ao lado da sua utopia. Junto da de todos os outros. E repetir a partilha, ideal, fantástica, imaginária.
JMdiogo
Inserida na programação - UTOPIA - Matemática e Literatura
CONCEITO FoliALQ
WINE GARDEN by ALQ
Câmara Municipal de Alenquer
Poderão esperar da nossa parte uma tenda a imitar uma taberna “moderna” e com design de interior interessante, gerida por um parceiro do Município e em estreita relação com os nossos produtores da ROTA DOS VINHOS DE LISBOA. Estaremos disponíveis em todos os dias do eventos, no horário sugerido na nossa reunião, com ligeiros ajustes para um horário mais curto ou mais prolongado a partir dos primeiros dias do eventos e de acordo com a vontade do público e visitantes. Neste espaço estará igualmente a tempo inteiro um ou dois técnicos da autarquia para prestar todas as informações necessárias sobre os vinhos de Alenquer as nossas relações com a literatura. Neste espaço deverá igualmente estar uma pequena livraria com edições do Município de Alenquer para podermos igualmente transformar o espaço num pequeno mas simpático espaço literário e que servirá de fundo a algumas apresentações de obras recém editadas pelo nosso Município sobre o vinho e sobre outros aspetos culturais do nosso concelho.
A ideia base do espaço, para além da taberna no interior da tenda, será a de montar no exterior uma esplanada vínica, que possibilite a todos os visitantes disfrutar do evento na generalidade, retemperando forças neste local com recurso aos vinhos e petiscos que estarão à venda quer ao copo, quer em garrafa.
Temos previsto igualmente fazer alguns pequenos apontamentos musicais com músicos do concelho e de récita de poesia com escritores do concelho, que transformem esta esplanada vínica num local culturalmente ativo e acolhedor.
Por último lançaremos o desafio aos nossos produtores para estarem presentes em cada dia do evento no sentido de poderem fazer algumas apresentações e provas de vinhos. Na certeza de que a sua presença trará a cada vinho um élan especial. Claro que como estaremos em plena época de vindimas e vinificação não podemos nesta fase quantificar a presença destes mas obviamente que alguns terão todo o gosto em estar presentes ou fazerem-se representar por seus colaboradores.
O projeto do Cooked Book não é sobre comida, é sobre sentimentos e emoções comestíveis, que juntou o Vila Joya, a Ivity e as suas deliciosas histórias - cr-EAT-ivity - numa receita única.
Cada prato tem uma história, cada Chef é um escritor, cada "livro cozinhado" é um pedaço da cultura cr-EAT-ive. O "livro cozinhado" é uma experiência visual concebida a partir do coração da cozinha do Vila Joya, para celebrar todos os Chefes do mundo, que escrevem a história da Gastronomia, todos os dias.
Sabor é tudo para o Chefe Koshina e a sua equipa. Sabor visual é tudo para o Chef-Designer Paulo e a sua equipa. Quando um Chef-Designer invade uma cozinha premiada com duas estrelas Michelin, quebra as regras e vai para além dos próprios alimentos - isso é cr-EAT-ivity.
Enquanto cruzam as muitas disciplinas de cr-EAT-ivity, Chef-Designers e Chefs de Cozinha fazem o mesmo, mas de maneiras diferentes. Escrevem histórias, reescrevem as memórias, equilibram sabores e ligam sensações. Cortam, fatiam, fervem, congelam. É brutal, é sensível. É um encontro cr-EAT-ive, que contraria o óbvio para tirar o máximo proveito dos nossos sabores mentais.
Para fazer parte do FOLIO, quisemos criar algo muito especial, nunca visto. Um livro de receitas teria sido fantástico, mas não era novidade. Enquanto pensávamos em livros de receitas e Chefs, em literatura, em livros e palavras, começámos a pensar como iríamos confeccionar esta receita. Depois de uma maravilhosa refeição com a equipa de design da Ivity, percebemos o seguinte: cada prato tem a sua própria história, escrita pelo seu Chef. Assim, todos Chefs no mundo são escritores. As suas palavras são os ingredientes deliciosos que lhes são oferecidos pela natureza, as receitas confeccionadas fazem a história, e o menu é o livro do Chefe, que é escrito principalmente com amor.
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Varanda Pelourinho - Vila Joya Vip Lounge
Pelourinho room - Cooked Book launch talk
Padaria - Cooked Book live experience
Sinopse
Uma oficina de pensamento, oceano e utopia que promete interpelar os transeuntes e seduzir os jovens de Óbidos para a causa dos Oceanos. Pensamento, Palavra, Escrita, e Construção plástica, numa intervenção pelas ruas.
A oficina Oceanutópicos (batizada assim por votação dos jovens participantes) já começou no Agrupamento de Escolas Reynaldo dos Santos, em Vila Franca de Xira. Uma oficina que cruza a temática do livro Utopia de Thomas Moro com a urgência de pensar o mar. As sessões vêm realizando-se na bela biblioteca escolar da escola mãe do agrupamento e reúnem 20 participantes do 4º,8º e 11º ano num diálogo democrático e participado, transversal às diferentes idades em presença. Optámos pelo trabalho em pequenos grupos de reflexão temática que produziram pequenos textos afirmativos onde se propõem visões de futuro para os mares num exercício de transgressão criativa que vai crescendo a cada nova sessão realizada na biblioteca escolar. Em debate tem estado a forma como vamos partilhar o pensado e escrito pelas ruas de Óbidos, cativando transeuntes e alunos das escolas locais, para o tema da Utopia com sabor a Mar. Peço que nos desculpem por não divulgarmos (ainda) o que estamos a preparar – não queremos estragar a surpresa.
Sinopse
No ano em que se celebram 500 anos sobre a data da morte do pintor Hieronymus Bosch, o artista flamengo do século XVI, propomos uma reflexão sobre a educação e a arte – e sobre a educação pela arte – a partir da sua bizarra, complexa e estranha obra. A escolha deste pintor, universalmente conhecido, como ponto de partida para esta sessão, prende-se com o facto de ninguém ter sabido, como ele, representar simultaneamente, por vezes, na mesma obra, a vida quotidiana, realista, familiar, e o universo místico, para lá das esferas do Céu, bem como o terror da descida aos infernos. Bosch trabalhou e desenvolveu as suas observações e visões numa época particular da História, na passagem do mundo medieval para o Renascimento, no choque entre o mundo antigo e o mundo novo, em terras sonhadas e longínquas, cheias de prodígios.
Todos sabemos que, ao longo de milénios, a maior parte da população era iletrada. A leitura e a cultura em geral eram só para uma elite da aristocracia e do clero. Saber ler era uma vantagem enorme, uma espécie de salvo-conduto especial, algo que distinguia, para melhor, uma pessoa das demais. O padre, do púlpito, lia os Evangelhos para a congregação que assim recebia ensinamentos sobre a forma como se deveriam comportar. Na maior parte das casas não havia livros e um dos bens mais preciosos era a Bíblia que passava de geração em geração, única obra cheia de histórias, acção, maravilhas e deslumbramentos. Uma biblioteca foi, até há bem pouco tempo, um luxo. Os conventos e os palácios eram os únicos lugares onde se podia estudar e ler, algo a que poucos tinham acesso. As pinturas encomendadas para as igrejas e outros lugares públicos contavam a vida dos santos e de personagens exemplares, evocando virtudes e pecados, como forma directa de instruir quem as contemplasse.
Voltando à obra de Bosch, sabemos que ele pintou e desenhou símbolos e imagens que, apesar de estranhas para nós, hoje em dia, eram relativamente fáceis de descodificar, para os seus contemporâneos. Por um lado havia todo um imaginário medieval que alertava as pessoas para os perigos das tentações e das quedas em pecado mortal; por outro, Bosch não podia evitar o deslumbramento da liberdade das novas descobertas. Ele compreendeu que o posicionamento do ser humano no universo estava em movimento acelerado, em metamorfose radical, escapando-se da ordem aristotélica que dominara o pensamento europeu durante mais de mil e quinhentos anos. A revolução cultural e civilizacional iniciada no século XIV provocou um abalo cultural e civilizacional tão drástico quanto o impacto tecnológico iniciado no século XX.
Sinopse:
Durante mais de três décadas anos vivi um processo de gaguez que me limitou em todos os sentidos. Desde as dificuldades na aprendizagem ao constante desafio na relação com os outros, a gaguez influenciou a minha vida levando-me a renegar todo o meu potencial e toda a minha autenticidade.
Mas através da leitura, nomeadamente da biblioterapia, encontrei os recursos ideais para ultrapassar o desafio da gaguez e assumir a minha grandeza perante mim próprio e o mundo.
De Gago a Grande conta a minha história pessoal de como venci a gaguez através da aplicação da leitura como fonte de motivação, de inspiração e de superação.
Actualidade de Brecht
Por alguma razão, que se prende com um mundo em que tudo muda para que tudo fique cada vez mais na mesma, a obra de Brecht e principalmente o seu modelo interventivo, não perdem interesse, nem actualidade, nem capacidade de mobilizar as novas gerações ( sempre mais generosas e disponíveis para a mudança desejada).
O teatro que ele definiu como épico para contrariar em absoluto a catárse aristotélica tem um lugar, quem sabe se cada vez maior e mais necessário, no mundo e no Portugal de hoje. Quando as primeiras peças de Brecht e os seus textos teóricos foram publicados em Portugal, em finais da década de 50 e princípios de 60, havia censura, Brecht era autor proibido, mas isso aumentava o sucesso e as vendas (ainda que subreptícias).Não podia haver espectadores, mas havia leitores, hoje uma raça em extinção. Fala-se de teatro, mas vê-se menos do que se fala, e quanto a ler...estamos conversados. Tornou-se verdadeiro o preceito futurista de Pessoa de que ler é maçada!
Aproveito e deixo aqui a citação do poema Liberdade que me lembro, noutro milénio, de ter ouvido a João Villaret:
“Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada.
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura
...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma”.
E por aí fora.
Este poema, na boca de Pessoa, é um exercício divertido de provocação, pois se houve alguma vez em Portugal um leitor ávido, foi ele. Leu tudo, no seu tempo, o que se podia ler: de história, religião, poesia, sem omitir os gregos e latinos, filosofia, sem omitir a filosofia hermética, teatro, fazendo de Shakespeare o seu grande modelo,enfim: até Einstein, Freud e James Joyce, tão recentes à época, constam da sua biblioteca pessoal!
Voltando à actualidade de Brecht: a primeira peça que traduzi foi A Excepção e a Regra, que depois o CITAC de Coimbra representou, com música de José Niza. E a última foi A Mãe, de colaboração com Teresa Balté. Uma e outra podem ser, ou devem ser, de novo retomadas, pois as suas lições são imperativas. Penso em especial, pois traduzimos essa canção para o Recital de Almada, n’ O Elogio do Estudo,
onde Brecht salienta, de forma veemente, pela boca da principal personagem, a absoluta necessidade do estudo. Só o estudo consistente, regular, aturado, permite a evolução: do saber, do carácter, da capacidade de intervenção, social, cultural e política.
Faz falta esta peça, neste momento, entre nós. Quem sabe se, depois do recital, o mundo do espectáculo a recupera para novos públicos que vejam nela, como nós vimos outrora, a grande inteligência com que Brecht aponta a necessidade absoluta de uma nova classe política que saiba o que fazer, em cada momento?
Eis o Elogio do Estudo, numa nova versão, cantável na nossa língua.
Por mim, ensinaria a cantar nas Escolas esta espécie de bandeira, contrariando o facilitismo vigente, que a todos nós prejudica e ofende.
Y.K.Centeno
Lisboa, 2008
Sinopse
OFICINA de VOZ e FISICALIDADE sobre palavras, frases e pedaços da obra Utopia de Thomas More. Encontraremos forma de nos apropriarmos das suas palavras e de as fazer nossas. Daremos relevo à oralidade, à musicalidade da linguagem, à fonética e aos coros vocais e físicos.
Tempo pintado, revisitar Ruy Belo
Peças cerâmicas povoam a casa de Ruy Belo. É uma presença que continua a existir junto dos livros de quase todas as divisões da casa. São como figuras que com esses mesmos livros estabelecem um diálogo enigmático, talvez sobre lugares, sobre as mãos que moldaram aquelas personagens e objetos, talvez sobre o conteúdo dos livros, sobre poemas, sobre a vida, sobre o mundo. Outras peças respondem pela sua função imediata, de apoio ao quotidiano da casa. Pratos, canecas, travessas, todos os dias nos transportam em memória para lugares distantes, como se nos seus desenhos sobre fundo branco se configurasse uma geografia imaginária que, inevitavelmente, nos ergue para os universos da palavra, não necessariamente para os poemas ou outras formas, mas para a possibilidade da livre expressão do pensamento.
Os objetos cerâmicos representados nestas fotografias foram adquiridos por Ruy Belo em Óbidos e na sua região.
Duarte Belo
Setembro 2016
ESCRITORES
Uma exposição de Afonso Cruz
Esta é uma exposição de ilustrações de escritores de várias gerações, desde o Renascimento à contemporaneidade, executadas inicialmente para a feira do livro de Bogotá - aquando da participação portuguesa como país convidado -, e representando autores tão diversos como Camões, Vergílio Ferreira ou Raúl Brandão.
Insistindo no vínculo entre leitores e escritores, pretende-se estimular a leitura, o conhecimento e reconhecimento dos escritores lusófonos, dando-lhes forma e protagonismo.
Foi agora transformada num espaço de convívio entre leitores e autores, na esperança de que haja a intimidade de uma sala. Façamos de conta que visitamos a casa de uma tia-avó e que nos sentamos junto ao aparador, bebemos um chá (ou uma ginjinha), conversamos com toda a literatura que nos envolve, com os retratos de pessoas que amamos e que exibimos em molduras velhas, para bem da nossa felicidade e da possibilidade de continuarmos a ser um diálogo, independentemente das limitações espácio-temporais que a física impõe.
A literatura, imanente e transcendente, estará nessa sala, no aparador da tia-avó, chegando a nós com a mesma facilidade com que chega ao cantinho mais remoto do universo. Dois cantinhos que nunca ninguém terá capacidade de varrer.
Retratos de autores,
encontros nos caminhos da vida.
Meus anos de jovem fotógrafo em Paris se passaram da melhor maneira possível, dou-me conta disso ao concentrar minha memória para escrever este texto destinado à imprensa portuguesa informando-a sobre esta exposição de retratos de escritores na Folio 2016 em Óbidos.
Em 1973 comecei minha vida em fotografia. Um começo sem hesitações visto minha vontade de ganhar o que necessitava para sobreviver em Paris, realizando retratos de escritores de meu gosto, autores que eu havia lido em sua maioria, e vendendo as fotografias desses escritores por mim selecionados para editores, revistas literárias e páginas culturais de jornais franceses.
Deu certo, pois durante alguns anos trabalhei muito nesse campo, e o ampliei, pois tive a oportunidade de trabalhar com páginas culturais e editores em Londres. Nunca fui fotojornalista, meu ritmo de trabalho, lento e contemplativo, recusou naturalmente essa profissão, que requer um outro tipo de atitude, de temperamento. Atitude mais metódica, a dos fotojornalistas, mais objetiva.
Meus encontros me formaram, desde a adolescência, meus caminhos foram aqueles do imprevisto. Sem medo.
Algumas das fotografias mostradas aqui em Óbidos, na Folio 2016 são resultado de encomendas ( Iris Murdoch, Marguerite Duras, Roland Barthes).
A grande maioria foram feitas por minha iniciativa. Quase todas foram verdadeiros encontros. Dos autores mostrados aqui em Óbidos, dois foram grandes amigos, Mary McCarthy e Lawrence Durrell. Outros, como Emil Cioran, Julio Cortazar e Carole Dunlop, eram escritores que eu frequentei, eram próximos de mim, eu os via com frequência.
Esta mostra aqui na Folio é a ponta do iceberg.
Durante anos tive o grande prazer de poder ganhar minha vida retratando artistas de quase todos os meios de expressão: escritores, ensaístas, poetas, pintores, escultores, arquitetos, atrizes, atores, fotógrafos, cineastas, músicos.
Dentre alguns desses artistas e criadores:
Francis Bacon, Daniel Barenboim, Orson Welles, Susan Sontag, Alain Resnais, Annie Ernaux, Vieira Da Silva,Michel Leiris, Jorge Amado, Alvaro Siza, Willy Ronis,Carlos Fuentes, Roberto Rossellini, Oscar Niemeyer, André Kertèsz, Dominique Sanda, Jeanne Moreau, Manoel De Oliveira, Pierre Clementi, Klaus Kinski, Jean-Luc Godard, Marceline Loridan, Andy Wharol e tantos outros, durante muitos anos de encontros em fotografia.
Fiz uns poucos livros, catálogos e brochuras de apresentações de minhas diversas exposições, mas com bons autores, que eu admiro: Jorge Amado, Charles Morazé, Cesare De Seta, Lydie Lachenal, Charles Malamud, Pierre Vidal Naquet, Lawrence Durrell, Jacques Lacarrière, Adonis, Alain Jouffroy, Driss Benzekri, Marc Fumaroli, Renzo Piano.
Sem subvenções, em total liberdade, percorri dois terços de minha trajetória realizando minhas fotografias.
Quem sabe, mais do que isso...sem me aproximar de quem não devia. Livre, e espero, coerente nesse percurso.
Minha ultima exposição, anterior à atual em Óbidos, foi em 2014 e 2015 em Paris, no Mois de la Photo, se chamava "Carlos Freire dans la Sicile de Vincenzo Consolo". Mostrada na Galerie Dina Vierny durante seis meses, com minhas fotografias da Sicília e textos do escritor Vincenzo Consolo, grande escritor siciliano, homem integro e lúcido, um caro amigo.
Atualmente trabalho na belíssima cidade do Porto. Com Álvaro Siza, que me honrou em aceitar de realizar um livro comigo.
Feliz e honrado estou também de participar da Folio 2016 aqui em Óbidos mostrando uma pequena parte de minhas fotografias de escritores.
Fotografias feitas com simplicidade, e sem outra pretensão que a de registar um momento preciso da vida desses seres excepcionais que são os escritores, que nos oferecem tanto prazer de leitura com seus talentos.
Carlos Freire, agosto de 2016
Siracusa, Sicília.
(DR: Doris Lessing, Londres 1996 copyright Carlos Freire)
LÚMEN
Instalação Rui Horta
O espaço como contexto mas, simultaneamente, o texto da obra. O corpo como mediador, lugar da revelação, território entre o transcendental e o concreto. Luz e Video, que convocam a imaterialidade para a experiência do visitante.
LÚMEN é um encontro improvável mas lógico, um convite para investir a Igreja do Espírito Santo e o desafio de deslocar o espaço sacral para o território da arte.
Rui Horta