Quem sofre de um certo tipo de sinestesia vê cores quando ouve som. Uma cor diferente por cada nota. E, de facto, som e cor são ambos tipos de vibração de lados opostos de um vasto espectro que compreende a nossa realidade física e talvez também a nossa realidade espiritual.
A Utopia Cromática leva-nos a um lugar de encontro entre som e cor, uma ilha improvável onde um piano é testemunho um diálogo vibratório e dinâmico entre teclas e pinceis, entre timbre e pigmentos e entre ritmo e movimento. Esta conversa sobre tensão, intenção, intensidade, assistido e afagado pelas 6 mãos de Fernando Santos (piano), Paulo Galindro (pincel soprano) e Marc Parchow (trincha tenor). Ao som de uma polifonia cromática desenvolve-se um improviso estudado que lentamente cria o elo entre a cor que vemos e o som que ouvimos.
Esperamos que deste efémero encontro simbiótico brota em torno do transformado Utopiano um público decerto capaz de ver a música e de ouvir as cores.